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Violência de Israel pode ser planejada para anexar toda Jerusalém, alerta Luxemburgo

Ministro de Relações Exteriores de Luxemburgo Jean Asselborn, em reunião sobre a crise dos refugiados, 23 de setembro de 2015 [Ezequiel Scagnetti/Flickr]
Ministro de Relações Exteriores de Luxemburgo Jean Asselborn, em reunião sobre a crise dos refugiados, 23 de setembro de 2015 [Ezequiel Scagnetti/Flickr]

A agressão executada atualmente por Israel pode ser parte de um plano da ocupação colonial para anexar todo o território de Jerusalém Oriental, advertiu o Ministro de Relações Exteriores de Luxemburgo Jean Asselborn nesta segunda-feira (10).

Ao conversar com repórteres, logo antes de um encontro entre chanceleres da União Europeia, Asselborn expressou “extrema preocupação” sobre os avanços recentes de Israel e a iminente expulsão de famílias palestinas de suas casas, no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém.

Seus comentários servem de resposta às agressões das forças israelenses contra a Mesquita de Al-Aqsa, ao longo do fim de semana.

Centenas de palestinos ficaram feridos, incluindo mulheres e crianças, sob disparos de balas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral por parte da ocupação.

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Asselborn reiterou receios de que a violência possa ser um prelúdio a planos israelenses para anexar ilegalmente toda a área de Jerusalém Oriental.

“Há temores de que Israel possa ocupar toda Jerusalém Oriental e expulsar todos os palestinos”, enfatizou. Em seguida, exortou países árabes e ocidentais, sobretudo Estados Unidos e Europa, a reagir efetivamente aos avanços coloniais de Israel.

“Temos de colocar a questão Israel-Palestina no topo de nossa agenda diária”, declarou o chanceler de Luxemburgo, ao alegar que não há “qualquer alternativa viável à solução de dois estados” no momento.

Segundo o Crescente Vermelho da Palestina ocupada, ao menos 278 pessoas ficaram feridas na última rodada de ataques israelenses, às vésperas de uma marcha de extrema-direita convocada por colonos fundamentalistas judeus em Jerusalém Oriental.

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Desde sexta-feira (7), as forças de Israel permanecem implacáveis em sua brutalidade contra os palestinos em Sheikh Jarrah e Al-Aqsa, terceiro lugar mais sagrado para o Islã.

Colonos israelenses invadiram o bairro árabe de Sheikh Jarrah na última semana, após uma corte distrital da ocupação ordenar a expulsão de famílias palestinas de suas casas.

Palestinos manifestaram solidariedade aos residentes de Sheikh Jarrah em todo o território considerado Israel, além de Cisjordânia ocupada e Faixa de Gaza sitiada, em meio à forte repressão das forças policiais e militares israelenses.

Israel ocupou Jerusalém Oriental, onde situa-se o complexo da Mesquita Al-Aqsa, em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade, medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.

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