Portuguese / English

Middle East Near You

Centrais Sindicais comemoram dia do trabalho com Chico Buarque, Elza Soares e outros artistas

Evento das Centrais Sindicais em celebração ao Dia dos Trabalhadores, em São Paulo-SP, em 1º de maio de 2016 [Mídia NINJA]
Evento das Centrais Sindicais em celebração ao Dia dos Trabalhadores, em São Paulo-SP, em 1º de maio de 2016 [Mídia NINJA]

Neste primeiro de maio, a celebração do Dia Internacional dos Trabalhadores haverá forte participação da classe artística, um dos primeiros setores a parar com a pandemia de covid-19. No momento em que o Brasil atinge a marca de 400 mil vidas perdidas pelo coronavírus, o tema do evento é 1° de Maio pela Vida: Democracia, Emprego e Vacina para Todos. Pela segunda vez consecutiva, o ato será virtual, com transmissão, às 14h, pela TVT e Facebook da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Os sindicalistas e políticos vão debater a atual conjuntura política, econômica e social do Brasil, destacando o desemprego, a escalada da inflação e medidas necessárias para combater a pandemia, gerar emprego e renda e acabar com a fome e a miséria.

Participarão os ex presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco,  Rodrigo Maia, Ciro Gomes, governador João Dória (SP),  governador Flávio Dino (MA),  Marina Silva, Guilherme Boulos, Manuela D’Ávila, entre outros parlamentares, lideranças partidárias e de movimentos sociais, além de entidades sindicais internacionais e representantes de diferentes religiões.

As falas serão intercaladas com com apresentações de música, poesia e reflexões sobre  a situação do setor cultural durante a crise sanitária.  Estão confirmados Chico Buarque, Elza Soares, Chico César, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Renegado, Gregório Duvivier, Ellen Oléria, Lucy Alves, entre outros.

LEIA: Centrais organizam novo 1º de Maio conjunto e defendem unidade também na política

A necessidade de isolamento social suspendeu atividades em museus, casas de espetáculos, teatros, cinemas e outros segmentos,  o que impactou fortemente projetos em andamento, a manutenção de postos de trabalhos e a garantia da renda para profissionais que atuam em todo o país.

As atividades culturais, que dependem da aglomeração de gente e da venda de ingressos, foram interrompidas, mas não houve um plano do governo federal para suprir a renda dos profissionais do setor.

Para José Celestino Lourenço, secretário nacional de Cultura da CUT, a presença de vários artistas no 1º de Maio da classe trabalhadora expressa uma cultura progressista de esquerda que é fundamental porque a cultura não pode ser separada da política. Tino, como é chamado, ressalta que a presença dos artistas no dia internacional da classe trabalhadora é a expressão de uma cultura de resistência.

“Sem dúvida nenhuma vão abrilhantar o nosso dia da classe trabalhadora e muito mais que isso, vão possibilitar a compreensão de que aquilo que eles vão apresentar significa a expressão de resistência popular e social e, portanto, estarão unificados conosco”.

“De fato os artistas estão demonstrando na prática a solidariedade com a classe trabalhadora. Estão comprometidos com as pautas da fome, do desemprego, da democracia e por vacinas para todos”, concorda Carmen Foro, secretária-geral da CUT.

O cenário para a classe artística no país é desolador em meio à pandemia do coronavírus. Com o cancelamento de atividades para evitar aglomerações, multiplicam-se incertezas sobre como os profissionais da cultura conseguirão se manter, uma vez que a pandemia ainda está descontrolada no país.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), o setor cultural envolvia, em 2018, mais de 5 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, representando 5,7% do total de ocupados no país – 44% desses profissionais são autônomos.

A Lei Aldir Blanc, que foi aprovada em 2020, liberou R$ 3 bilhões para pagamento de auxílio emergencial para os trabalhadores do setor cultural, mas não chegou a quem mais precisava. Mais de 700 mil pessoas não tiveram acesso aos recursos, segundo Tino.

LEIA: A Covid-19 cobrará um preço alto da educação, aponta novo relatório da Unesco

“Muita gente não teve acesso por uma lógica da Secretaria Especial de Cultura do governo Bolsonaro, que dificultou o acesso aos recursos a esses trabalhadores”, lembra o secretário.

Na última semana, a Câmara dos Deputados, aprovou em votação simbólica, um projeto de lei que prorroga o auxílio emergencial de trabalhadores do setor da cultura em razão da pandemia. O texto foi aprovado no Senado no fim de março e agora segue para sanção de Bolsonaro.

Cerca de R$ 773,9 milhões estão disponíveis para socorrer trabalhadores e também para manter espaços culturais, micro e pequenas empresas.

“São em torno de 5 milhões de trabalhadores nessa área e a grande maioria não são formalizados e, por isso, que o nosso envolvimento também com a Lei Aldir Blanc foi fundamental porque como está dito, foi o primeiro setor que suspendeu suas atividades pela aglomeração e sem dúvida nenhuma será a última voltar”, finaliza Tino.

O 1º de Maio Unitário das Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical e Pública) tem previsão de três horas de duração.

Com informações da CUT.

LEIA: Líbano suspende chegadas da Índia e Brasil por vírus

Categorias
Ásia & AméricasBrasilCoronavírusNotícia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments