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Experts da ONU exigem soltura de filha do governante de Dubai

Princesa Latifa al-Maktoum, filha do Vice-Presidente e Primeiro-Ministro dos Emirados Árabes Unidos (EAU) Mohammed Bin Rashid al-Maktoum, em janeiro de 2018, poucas semanas antes de fugir de sua família [Tina Jauhiainen/Wikimedia]
Princesa Latifa al-Maktoum, filha do Vice-Presidente e Primeiro-Ministro dos Emirados Árabes Unidos (EAU) Mohammed Bin Rashid al-Maktoum, em janeiro de 2018, poucas semanas antes de fugir de sua família [Tina Jauhiainen/Wikimedia]

Especialistas da ONU voltaram a reivindicar ontem (19) informações dos Emirados Árabes Unidos sobre Latifa al-Maktoum, filha do governante de Dubai, além de sua soltura, dois meses após a rede britânica BBC transmitir um vídeo no qual a princesa descrevia-se como refém.

As informações são da agência Reuters.

Em 19 de fevereiro, Abu Dhabi alegou que Latifa estava sob cuidados de sua família, após o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, liderado pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, solicitar provas de vida em meio a receios internacionais.

“Estamos alarmados que, após a divulgação do vídeo no qual Latifa reportou ser privada de sua liberdade contra sua vontade e subsequente pedido por mais informações, nenhum informe concreto foi concedido pelas autoridades”, declarou um comunicado de especialistas da ONU.

“A declaração emitida pelas autoridades emiradenses, ao indicar apenas que [Latifa] estava ‘sob cuidados em casa’ não é suficiente neste momento”, prosseguiu a equipe de investigadores internacionais, que inclui peritos em tortura e violência contra a mulher.

A nota conjunta reiterou ainda apelos das Nações Unidas por uma “verificação independente das condições sob as quais a princesa é mantida, além de sua soltura imediata”.

Autoridades dos Emirados não responderam à Reuters para comentar o caso.

LEIA: ONU ainda não recebeu prova de que sheikha Latifa está viva

Um porta-voz do gabinete de Bachelet reportou neste mês não ter recebido qualquer “prova de vida” concernente ao status de Latifa, como requisitado.

Oficiais da ONU buscam ainda reunir-se com o embaixador dos Emirados em Genebra, para debater a questão. A princípio, o encontro foi acordado, mas ainda não ocorreu.

O destino de Latifa, de 35 anos, e a relação abusiva por parte de seu pai, Mohammed Bin Rashid al-Maktoum, vice-presidente e premiê dos Emirados Árabes Unidos, renovou a atenção aos assuntos familiares da coroa emiradense e os direitos das mulheres no país.

Latifa Bin Mohammed al-Maktoum atraiu alertas internacionais em 2018, quando um grupo de direitos humanos divulgou um vídeo no qual ela descrevia sua tentativa de fugir de Dubai. Em seguida, foi capturada na costa da Índia por uma operação de tropas especiais.

Desde então, especialistas da ONU repercutem receios sobre seu “suposto desaparecimento forçado e detenção não comunicada”, como descreveu o comunicado recente.

“Sua detenção contínua não comunicada pode decorrer em prejuízos físicos e psicológicos e equivale potencialmente a tratamento degradante, cruel e desumano”, concluiu a nota.

LEIA: Vídeo de Sheikha Latifa de Dubai sobre ‘vila prisão’ é divulgado pela BBC

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