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Ativista saudita recebe principal prêmio de direitos humanos da Europa

O Prêmio de Direitos Humanos Vaclav Havel é atribuído pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa a ativistas de destaque da sociedade civil

Loujain al-Hathloul, ativista saudita pelos direitos das mulheres, foi condecorada com o principal prêmio de direitos humanos da Europa, dois meses após ser libertada da prisão em sua terra natal.

O Prêmio de Direitos Humanos Vaclav Havel recebe o nome do célebre dissidente e ex-presidente da República Tcheca, atribuído pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) a ativistas de destaque da sociedade civil.

Segundo o anúncio do prêmio, Hathloul “está entre as líderes do movimento feminista saudita, ao defender o fim do sistema de tutela masculina e da proibição das mulheres em dirigir, além de campanhas por maior proteção às mulheres que enfrentam abusos no reino”.

A Arábia Saudita alega melhora nos direitos das mulheres, com reformas conduzidas pelo príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman – hoje, as mulheres sauditas podem dirigir. Contudo, em maio de 2018, Hathloul e outras ativistas foram detidas pelo regime.

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Após dois anos de prisão sem julgamento e diversas denúncias de tortura e abuso sexual, Hathloul foi condenada a cinco anos e oito meses em regime fechado, acusada de crimes relacionados a terrorismo, em dezembro último.

Devido à suspensão de parte de sua sentença e tempo já cumprido, Hathloul foi libertada em fevereiro. Permanece agora em liberdade condicional, proibida de deixar o país por cinco anos. Em março, uma corte saudita rejeitou seu recurso contra a pena e suas restrições.

Em cerimônia online nesta segunda-feira (19), Lina al-Hathloul, irmã da ativista saudita, aceitou o prêmio em seu nome, estimado em €60 mil (US$72 mil). “O apoio internacional é a única forma de expor as injustiças em meu país e proteger as vítimas”, destacou Lina.

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