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Violência colonial israelense aumenta drasticamente na Palestina, alerta ONU

Palestinos bloqueiam uma estrada para impedir a passagem de colonos israelenses durante protesto contra a expansão de assentamentos ilegais exclusivamente judaicos na aldeia de Kafr Malik, na Cisjordânia ocupada, em 20 de novembro de 2020 [Abbas Momani/AFP via Getty Images]

Especialistas de direitos humanos das Nações Unidas alertaram que os violentos ataques israelenses contra civis palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo agressões físicas e demolição de propriedades, aumentaram drasticamente nos últimos meses.

Mais de 210 incidentes violentos cometidos por colonos ilegais israelenses foram registrados somente nos três primeiros meses de 2021, incluindo a morte de um civil palestino, reportou a entidade internacional em recente relatório.

Em 2020, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) documentou 771 incidentes de violência colonial, com ao menos 133 palestinos feridos, sobretudo nas áreas ocupadas de Hebron, Jerusalém, Nablus e Ramallah.

Também foram documentados danos deliberados a 9.646 árvores e 184 veículos.

A equipe que produziu o relatório inclui Michael Lynk, relator especial da ONU para direitos humanos na Palestina ocupada; Balakrishnan Rajagopal, relator especial sobre habitação adequada e direito à não-discriminação; e a perita independente Claudia Mahler.

“Exortamos a comunidade internacional a impor custos substanciais à longeva ocupação israelense e exigir que a potência ocupante suspenda seus empreendimentos de expansão dos assentamentos imediatamente”, reiterou o grupo em questão.

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“Os palestinos devem ser protegidos da violência colonial e os autores de tais crimes devem ser responsabilizados por suas ações”, prosseguiu o comunicado. “Ficamos profundamente preocupados com a atmosfera de impunidade na qual ocorrem tais ataques”.

O relatório destacou um incidente em Hebron (Al-Khalil), em 13 de março, no qual uma família palestina com oito crianças foi atacada por dez colonos armados. As crianças sofreram traumas psicológicos e os pais foram internados devido a seus ferimentos.

Na noite de ontem (15), colonos invadiram a aldeia de Jaloud, norte da Cisjordânia, derrubaram árvores e cercas, roubaram equipamentos e vandalizaram um local de obras, reportou Ghassan Daghlas, responsável palestino pela pasta dos assentamentos na região.

Daghlas relatou à agência de notícias Wafa que colonos israelenses do posto avançado ilegal de Ahla, construído sobre terras de Jaloud, invadiram o lote de terras em questão, propriedade de um palestino residente na região sudeste de Nablus.

Os agressores cortaram árvores recém plantadas e despejaram trinta sacos de cimento em barras de aço utilizadas para a construção civil, além de saquear equipamentos.

Colonos israelenses, sobretudo de extrema-direita, raramente são responsabilizados por seus crimes perante cortes da ocupação. De fato, na grande maioria dos casos, os agressores são acompanhados e escoltados por soldados de Israel.

Ao evocar a Quarta Convenção de Genebra, os especialistas reivindicaram que Israel respeite a lei internacional, que exige de toda potência ocupante a proteção à população ocupada.

Ao menos 600 mil colonos israelenses vivem em mais de 250 assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada. Segundo a lei internacional, todos os assentamentos exclusivamente judaicos e seus habitantes instalados na Cisjordânia e Jerusalém Oriental são ilegais.

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