Persuadido por Washington, Netanyahu concorda em enviar água à Jordânia

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu em 24 de março de 2021 [Emmanuel Dunand/AFP via Getty Images]

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu concordou em enviar mais água do Rio Jordão a Amã, persuadido pelos Estados Unidos, reportou ontem (13) a imprensa local.

A Jordânia espera receber três milhões de metros cúbicos de água nas próximas semanas, segundo o site de notícias israelense Walla.

O jornal Yedioth Ahronoth confirmou que a Jordânia pagará pelos recursos adicionais remetidos e alegou que a quantidade de água enviada ao país árabe já superou a parcela consentida pelo acordo de paz assinado em 1994.

Há algumas semanas, a Jordânia solicitou um aumento no fornecimento de água proveniente das terras ocupadas por Israel. Entretanto, em meio à crise diplomática entre os países, Netanyahu recusou-se a enviar qualquer quantia extra à monarquia hachemita.

Assentamentos roubam água palestina [Sarwar Ahmed / Monitor do Oriente Médio]

A Jordânia então apelou ao governo americano de Joe Biden para solucionar a questão, segundo o website Axios. Em seguida, o Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken discutiu o caso em telefonema com o chanceler israelense Gabi Ashkenazi.

Sob o acordo de paz assinado entre as partes, Tel Aviv compromete-se a fornecer água à Jordânia. Entretanto, Amã costuma solicitar uma quantia adicional todo ano, a fim de conter suas necessidades de consumo. Israel tradicionalmente acata ao pedido.

Tensões entre os países vizinhos escalaram no último ano, após Israel anunciar planos para anexar grande porção dos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, em violação de diversas resoluções da ONU, acordos de paz e da lei internacional.

A situação agravou-se em março, quando Israel impôs obstáculos à visita de Hussein bin Abdullah, príncipe herdeiro da Jordânia, à Mesquita de Al-Aqsa e igrejas de Jerusalém.

Dias depois, Netanyahu teve de cancelar sua própria visita aos Emirados Árabes Unidos, após Amã não autorizar a passagem de seu voo pelo espaço aéreo jordaniano.

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