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Força aérea síria pode ter lançado bomba de cloro em bairro residencial, diz OPAQ

13 de abril de 2021, às 07h00

Logotipo da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) na fachada de seu edifício sede em 24 de junho de 2020 em Haia, Holanda. [Yuriko Nakao/Getty Images].

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tem “motivos razoáveis para acreditar” que a força aérea síria lançou uma bomba de cloro em um bairro residencial na região controlada pelos rebeldes de Idlib em fevereiro de 2018, informou um relatório divulgado na segunda-feira, segundo a Reuters.

Não houve nenhum comentário imediato por parte do governo sírio. A Síria e seu aliado militar, a Rússia, negaram repetidamente o uso de armas químicas durante o conflito de décadas do Presidente Bashar al-Assad com as forças rebeldes, dizendo que tais ataques foram encenados por adversários para fazer Damasco parecer culpado.

O novo relatório elaborado pelo braço investigativo da fiscalizadora de armas químicas, OPAQ, disse que ninguém foi morto quando o cilindro de gás cloro, lançado em uma bomba de barril, atingiu o bairro de Al Talil na cidade de Saraqib em fevereiro de 2018.

Uma criança síria recebe tratamento após ataque químico do regime de Assad em Idlib, Síria, em 4 de abril de 2017

Uma criança síria recebe tratamento após ataque químico do regime de Assad em Idlib, Síria, em 4 de abril de 2017

Entretanto, na noite de 4 de fevereiro, uma dúzia de pessoas foram tratadas por sintomas consistentes com envenenamento químico, incluindo náuseas, irritação ocular, falta de ar, tosse e sibilos, disse ele.

O cloro não é uma toxina proibida internacionalmente, mas o uso de qualquer substância química em conflitos armados é proibido pela Convenção sobre Armas Químicas de 1997, cuja implementação é supervisionada pelo Observatório da OPAQ, sediado em Haia.

A repressão feita por Assad aos manifestantes pró-democracia, em 2011, se transformou em uma guerra civil, com a Rússia e o Irã apoiando seu governo e os Estados Unidos, a Turquia e alguns adversários árabes apoiando alguns dos muitos grupos rebeldes.

Em abril de 2020, a Equipe de Investigação e Identificação da OPAQ concluiu que aviões de guerra sírios e um helicóptero haviam lançado bombas contendo cloro e gás Sarin, que causa dano ao sistema nervoso, em uma vila na região de Hama, na Síria, em março de 2017.

LEIA: Embaixadora dos EUA acusa Rússia de tentar impedir a responsabilização da Síria pelo uso de armas químicas