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Quatro navios de combustível são autorizados por Riad a atracar no Iêmen

Ajuda humanitária das Nações Unidas chega ao porto de Hudaydah, no Iêmen, em 4 de fevereiro de 2017 [foto de arquivo]
Ajuda humanitária das Nações Unidas chega ao porto de Hudaydah, no Iêmen, em 4 de fevereiro de 2017 [foto de arquivo]

A coalizão liderada pela Arábia Saudita permitiu que quatro navios de combustível atraquem no porto iemenita de Hudaydah, na costa do Mar Vermelho, após o grupo houthi insistir que um cessar-fogo só será possível caso suspenso o bloqueio por mar e ar, reportou a Reuters.

Quatro embarcações — dois petroleiros com um total de 45 mil toneladas de óleo diesel, outro com 5 mil toneladas de gás liquefeito de petróleo e um quarto com 22,7 mil toneladas de óleo combustível — receberam autorização da coalizão militar para ancorar no país em guerra.

Até a manhã desta quarta-feira (24), no entanto, os quatro navios não partiram ainda em direção a Hudaydah, cidade controlada pelo grupo rebelde houthi, alinhado ao Irã.

Nasser Sharif, vice-ministro da pasta de transportes do governo iemenita apoiado pela monarquia saudita, alegou no Twitter que alguns navios petroleiros receberam permissão para viajar ao porto de Hudaydah, a fim de atenuar a crise humanitária. Contudo, sem detalhes.

Mohammed Abdulsalam, chefe de negociações do grupo houthi, comentou: “A provisão de combustível, alimentos, remédios e bens essenciais é um direito humanitário e legal do povo iemenita. Não aceitaremos condições políticas ou militares para recebê-la”.

LEIA: Grupo Houthi se mostra cético à proposta de cessar-fogo no Iêmen da Arábia Saudita

O bloqueio aos portos iemenitas representa uma das principais causas àquele que é considerado pela ONU o pior desastre humanitário do mundo.

Navios de guerra da coalizão, em torno do litoral de Hudaydah, detiveram catorze petroleiros até ontem (23), a despeito de garantias conferidas pela Organização das Nações Unidas, segundo dados da entidade internacional. Alguns aguardam há seis meses para atracar no país.

Quatro navios deixaram a região sem deixar sua carga no Iêmen, após meses de espera.

Na segunda-feira (22), a Arábia Saudita — chefe da coalizão que combate os houthis desde 2015 — ofereceu ao grupo iemenita um acordo de cessar-fogo que permitiria a reabertura do aeroporto de Sanaa, além de importações de combustíveis e alimentos via Hudaydah.

Os houthis, porém, insistiram que a oferta saudita não basta perante a demanda pela suspensão completa do bloqueio marítimo e aéreo. Não obstante, prometeram manter o diálogo com a monarquia, os Estados Unidos e o mediador Omã, em busca de um acordo de paz.

Ainda nesta terça-feira, o grupo houthi lançou um novo ataque a drone contra um aeroporto no sul do território saudita.

LEIA: Ministro houthi morre de covid-19 na capital do Iêmen

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