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Corte tunisiana liberta proeminente ativista feminista

Ativista feminista Rania Amdouni durante protesto contra o governo em Túnis, capital da Tunísia, 23 de janeiro de 2021 [Fethi Belaid/AFP via Getty Images]
Ativista feminista Rania Amdouni durante protesto contra o governo em Túnis, capital da Tunísia, 23 de janeiro de 2021 [Fethi Belaid/AFP via Getty Images]

Uma corte de recursos da Tunísia libertou ontem (17) a proeminente ativista feminista e LGBTI Rania Amdouni, de 26 anos, detida por “insultar à polícia” e “perpetrar abusos morais”, em caso que incitou receios sobre a liberdade de expressão no país, reportaram seus advogados.

As informações são da agência Reuters.

Amdouni, membro do grupo de direitos humanos Associação por Justiça e Igualdade (Damj), foi presa em março último, em Túnis, capital da Tunísia, após envolver-se em protestos por justiça socioeconômica e contra a violência policial.

“Estamos felizes com a libertação de Rania pela corte de recursos, mas nossos receios sobre as liberdades continuam, pois foi submetida a meses de assédio no Facebook por algumas páginas de sindicatos policiais”, declarou Yassin Azzaza, representante da equipe de defesa.

Ativistas denunciaram que Amdouni tornou-se alvo de agressões cada vez mais graves desde fevereiro, ao ganhar destaque nas manifestações diárias na capital.

“A prisão de Rania Amdouni envia uma mensagem sombria aos ativistas que enfrentam abusos, ao sugerir que, caso ousem denunciar violações policiais, arriscam converter-se de vítimas a acusados”, comentou na terça-feira (16) Emna Guellali, diretora adjunta da Anistia Internacional no Oriente Médio e Norte da África.

Manifestantes tomam as ruas da Tunísia desde 15 de janeiro, dia seguinte ao décimo aniversário da revolução popular que derrubou a ditadura de Zine el Abidine Ben Ali, para contestar a desigualdade social e exigir maior acesso a oportunidades de emprego.

A polícia prendeu mais de 1.600 pessoas durante os protestos – dezenas denunciaram maus tratos e tortura. Autoridades tunisianas negaram os relatos e defenderam a ação policial.

LEIA: Magnata da mídia entrega-se às autoridades na Tunísia

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