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Ativista anglo-iraniana comparece à corte no Irã sob acusações de ‘propaganda’

Retrato de Nazanin Zaghari-Ratcliffe em vigília no quarto aniversário de sua filha, Gabriella, em frente ao Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido, em Londres, 11 de junho de 2018 [Chris J. Ratcliffe/Getty Images]
Retrato de Nazanin Zaghari-Ratcliffe em vigília no quarto aniversário de sua filha, Gabriella, em frente ao Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido, em Londres, 11 de junho de 2018 [Chris J. Ratcliffe/Getty Images]

A cidadã anglo-iraniana Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi julgada por uma corte de Teerã neste domingo (14), sob nova acusação de divulgar “propaganda contra o sistema”, reportou seu advogado, apenas uma semana após concluir pena de cinco anos de cadeia.

As informações são da agência Reuters.

O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido Dominic Raab descreveu o segundo julgamento contra Zaghari-Ratcliff como “inaceitável”, acusou Teerã de submetê-la a “suplícios cruéis e lamentáveis” e reivindicou o retorno da trabalhadora humanitária a seu país.

Zaghari-Ratcliffe, diretora de projetos da Fundação Thomson Reuters, instituição humanitária que opera de modo independente da agência de notícias, foi presa em abril de 2016 e condenada por supostamente conspirar para derrubar as autoridades clericais iranianas.

Sua família e a fundação negam as acusações.

A acusação de propaganda refere-se à suposta participação de Zaghari-Ratcliffe em um protesto em frente à embaixada iraniana em Londres e uma entrevista que concedeu à filial farsi da rede BBC, segundo seu advogado Hojjat Kermani.

Após o julgamento de domingo, Kermani informou aguardar o veredito nesta semana.

LEIA: Nazanin Zaghari-Ratcliffe é vítima de tortura, diz instituição de caridade Reino Unido-Irã

“Zaghari-Ratcliffe estava bem e calma durante a sessão”, relatou o advogado à Reuters. “Tenho esperanças de que será absolvida”.

O judiciário iraniano não comentou o caso.

Zaghari-Ratcliffe serviu a maior parte de sua pena na prisão de Evin, na capital Teerã, e foi transferida à prisão domiciliar em março de 2020, devido à pandemia de coronavírus, No último domingo (7), autoridades removeram sua tornozeleira eletrônica.

Contudo, foi imediatamente convocada a um segundo julgamento, sob novas acusações.

Seu marido, Richard, mobilizou a campanha “Free Nazanin” para pressionar Londres a assegurar a libertação de sua esposa. Em nota, destacou Richard: “Neste momento, o futuro de Nazanin permanece incerto”.

Antonio Zappulla, diretor executivo da Fundação Thomson Reuters Foundation, denunciou o novo julgamento como medida deliberada para prolongar seu sofrimento. “É incompreensível impor maiores traumas como punição por crimes que jamais cometeu”, reiterou Zappulla.

O premiê britânico Boris Johnson, em telefonema com o presidente iraniano Hassan Rouhani, realizado na quarta-feira (10), exortou o retorno de Zaghari-Ratcliffe à sua família.

LEIA: Irã liberta trabalhadora humanitária britânica-iraniana Zaghari-Ratcliffe de prisão domiciliar

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