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Classe média quase desapareceu no Líbano

Um libanês levanta uma bandeira nacional durante um protesto contra o governo em Beirute, Líbano, em 21 de outubro de 2020. [AFP/Getty Images]
Um libanês levanta uma bandeira nacional durante um protesto contra o governo em Beirute, Líbano, em 21 de outubro de 2020. [AFP/Getty Images]

Protestos populares foram renovados em várias cidades libanesas reclamando da crise econômica agravada em meio à pior onda de aumentos de preços que já atingiu o país, informou a Anadolu Agency na sexta-feira.

O valor da moeda local diminuiu drasticamente, pois o valor de 10.000 libras libanesas no mercado negro é igual a apenas um dólar dos EUA, com 1.510 libras por um dólar dos EUA no mercado de ações oficial.

Essa crise resultou na falta de divisas e provocou uma subida de preços de 60% em 2020 em meio a advertências oficiais de que o país caminha para um apagão total de eletricidade devido à falta de fundos para comprar o óleo necessário para as usinas de eletricidade.

O Índice de Custo de Vida mostrou em fevereiro que o Líbano é o país com maior custo de vida entre seus vizinhos árabes e está em 24º lugar entre os países do mundo. No entanto, era o 34º entre 132 países em 2020.

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O especialista econômico Waleed Abu-Sulieman disse à Anadolu que 80% das importações libanesas estão sendo pagas com moeda estrangeira devido à deterioração do valor das libras.

“A capacidade de compra para os libaneses diminuiu drasticamente devido à deterioração do preço da libra e ao aumento do custo das importações”, disse Abu-Sulieman, apontando que a classe média no Líbano desapareceu.

Ele confirmou que a pobreza aumentou 55% e que 60% das pessoas que recebem benefícios sociais recebem pagamentos mensais de um milhão de libras, o equivalente a US$ 100 no mercado negro.

O pesquisador da International Information Company com sede no Líbano, Mohammad Shamsuddin, compartilhou que 8.000 pequenas empresas fecharam desde junho.

Ele também disse que 25 mil trabalhadores perderam seus empregos desde junho de 2020, esperando que a situação no país se agrave se o impasse político não for resolvido.

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