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Número de colonos ilegais na Palestina cresce 42% desde 2010

10 de março de 2021, às 13h59

Palestinos bloqueiam uma estrada para colonos israelenses, em protesto contra assentamentos ilegais nos arredores de Kafr Malik, Cisjordânia ocupada, 20 de novembro de 2020 [Abbas Momani/AFP via Getty Images]

A população de colonos ilegais na Cisjordânia ocupada aumentou 42% desde 2010, revelou ontem (9) um relatório emitido pelas ongs israelenses B’Tselem e Kerem Navot.

Há agora 440 mil colonos nos assentamentos ilegais, exclusivamente judaicos, espalhados por toda a Cisjordânia ocupada, sem contar ainda assentamentos em Jerusalém Oriental.

“Autoridades do estado de fato encorajam comunidades judaicas a assentar-se nos assentamentos e desenvolver empreendimentos financeiros no local e seus arredores”, descreveu o relatório das entidades de direitos humanos.

Prosseguiu: “O estado oferece uma série de benefícios e incentivos aos colonos e assentamentos, tanto oficial quanto oficiosamente”.

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“Benefícios habitacionais ganham destaque, ao permitir a compra de casas nos assentamentos por famílias sem capital ou fontes substanciais de renda”, destacou o relatório.

O documento observou ainda que o aumento demográfico dos colonos ilegais foi bastante acelerado, sobretudo nos grandes assentamentos ultraortodoxos de Modi’in Illit e Beitar Illit, ambos na Cisjordânia ocupada.

Até o fim de 2020, o número de colonos em ambos os assentamentos chegou a 140.053 pessoas, quase um terço da população colonial na Cisjordânia. O índice representa um aumento de 435% em relação a 2000, quando residiam ali 32.200 pessoas.

“Outros incentivos são oferecidos a zonas industriais na Cisjordânia, incluindo desconto em tarifas referentes à terra e subsídios empregatícios”, acrescentou o relatório.

“Israel também encoraja judeus a instalarem postos avançados, que operam como fazendas e permitem a tomada extensiva de terras agrárias e pastoris palestinas … Quarenta destas fazendas foram instituídas na última década, tomando dezenas de milhares de dunams”.

Reafirmaram as ongs:

O regime israelense, que luta para promover e perpetuar a supremacia judaica em toda a área, entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, representa um regime de apartheid.

“Duas décadas após o início do século XXI e Israel parece mais determinado do que nunca a manter e perpetuar um regime de apartheid em todas as áreas que controla, para além das décadas porvir”, declarou a B’Tselem.

Cisjordânia e Jerusalém Oriental são considerados territórios ocupados segundo a lei internacional; todos os assentamentos israelenses são, portanto, ilegais.

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