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Princesa saudita detida requer tratamento médico urgente, alertam apoiadores

Princesa saudita Basmah Bint Saud Bin Abdulaziz durante debate sobre o papel da mulher no Oriente Médio, em Washington DC, 12 de abril de 2017 [Mandel Ngan/AFP via Getty Images]
Princesa saudita Basmah Bint Saud Bin Abdulaziz durante debate sobre o papel da mulher no Oriente Médio, em Washington DC, 12 de abril de 2017 [Mandel Ngan/AFP via Getty Images]

A proeminente princesa saudita Basmah Bint Saud, detida junto de sua filha Souhoud em Riad, sofre de uma doença cardíaca e requer cuidados médicos urgentes, alertaram apoiadores em duas cartas enviadas ao Reino Unido.

Destinadas ao Secretário de Relações Exteriores Dominic Raab e à Secretária-Geral da Comunidade das Nações Patricia Scotland, as cartas exortam o país europeu a intervir em nome da princesa.

A filha do Rei Saud Bin Abdulaziz foi sentenciada à prisão domiciliar por reivindicar reformas.

Fontes relatam que um grupo de oito homens invadiu sua casa em Jeddah, em 28 de fevereiro de 2018, quando a princesa se preparava para viajar com sua família à Suíça, onde receberia tratamento para sua condição crônica.

“Acreditamos que sua vida depende de sua soltura”, reiterou o consultor legal da família, Henri Estramant, em declaração conjunta a Lucy Rae, representante da organização britânica de direitos humanos Grant Liberty.

Os detalhes das cartas foram divulgados pelo The Guardian.

“Imploramos para que intercedam. Como cidadãos da Comunidade das Nações, acreditamos que os senhores têm uma obrigação moral de lutar ao nosso lado”, pleiteou a princesa.

Em 2015, Basmah e Souhoud tornaram-se cidadãs binacionais da Arábia Saudita e da ilha de Dominica, pequeno estado-membro da Comunidade das Nações, conforme um programa de cidadania via investimentos.

A carta menciona ainda os laços de Basmah com o Reino Unido, incluindo parte de sua educação em Hertfordshire e no Centro Global de Pesquisa e Análise, em Londres.

LEIA: ‘A Arábia Saudita baseou seu governo na repressão às mulheres’, diz Ghada Oueiss

Segundo rumores, ambas foram transferidas à infame penitenciária de segurança máxima de Ha’ir, em Riad, que abriga aproximadamente 5 mil prisioneiros, incluindo a ativista feminista Loujain Al-Hathloul, até sua recente soltura, em fevereiro.

“A penitenciária de Ha’ir é bastante notória como centro de tortura e abuso de presos políticos na Arábia Saudita”, destacou a carta ao chanceler britânico.

“Acreditamos que as autoridades sauditas estão particularmente sensíveis à pressão diplomática no contexto presente e acreditamos ainda que uma intervenção [do Reino Unido] possa fazer a diferença”, prosseguiram Estramant e Rae.

A monarquia saudita acusou a princesa de crimes relacionados a uma tentativa de viajar ao exterior “ilegalmente”. Sua filha foi aparentemente detida por “atacar um agente em exercício de seus deveres”, além de supostos “crimes cibernéticos”.

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