Protestos no Líbano marcam apoio a apelos do líder maronita

Manifestantes libaneses aguardam discurso do cardeal Bechara Boutros Al-Rai, na sede episcopal da Igreja Maronita, na aldeia de Bkerki, nordeste de Beirute, Líbano, 27 de fevereiro de 2021 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

Centenas de libaneses reuniram em frente à sede da Igreja Maronita neste sábado (27), em apoio aos apelos do patriarca Bechara Boutros Al-Rai para que o país mantenha-se neutro em conflitos regionais, como parte dos esforços para superar a atual crise política e econômica.

As informações são da agência Reuters.

O Líbano vivencia um grave colapso fiscal desde 2019. Entretanto, disputas políticas resultaram em meses de impasse sobre a formação do governo, após a renúncia coletiva do gabinete anterior, devido à explosão de 4 de agosto na capital Beirute.

O patriarca maronita reiteradamente exortou adversários políticos no Líbano a encerrar suas disputas e compor um novo governo e recentemente apelou à ONU para mediar uma conferência internacional sobre o impasse.

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“Vocês vieram de todo o Líbano … em nome de duas coisas: neutralidade e diálogo internacional sob os auspícios das Nações Unidas. Em síntese, vieram aqui para salvar o Líbano”, conclamou o clérigo cristão à uma multidão na sede episcopal em Bkirki.

Prosseguiu: “Através de uma conferência internacional, queremos deixar clara a neutralidade do Líbano, para que não se torne novamente vítima de conflitos, guerras, divisões … Não há dois estados em uma única terra e não há dois exércitos em um único estado”.

Rai não referiu-se nominalmente ao Hezbollah, proeminente grupo libanês ligado a Teerã, mas diversos manifestantes entoaram “Fora Irã” em resposta ao discurso do líder religioso, em franca referência ao grupo xiita, fortemente militarizado.

O Hezbollah apoia o Irã em sua disputa de poder contra estados sunitas do Golfo.

Opositores do grupo alertam que a aliança entre Hezbollah e Teerã levou ao afastamento de alguns estados árabes – certa vez, aliados do Líbano –, o que decorreu na obstrução de uma importante fonte de auxílio econômico e humanitário.

Em outubro, Saad Hariri foi novamente nomeado primeiro-ministro libanês e incumbido da missão de compor um governo, mas enfrenta disputas sectárias, que incluem o Hezbollah, para concluir qualquer acordo para compartilhar o poder.

Recentemente, Hariri alegou que não há saída para crise sem apoio dos países árabes.

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