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Sírios sozinhos não podem parar a guerra, ajuda global é vital, diz ONU

O enviado especial das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Geir Pedersen, fala durante uma entrevista coletiva no Escritório da ONU em Genebra, na Suíça, em 21 de agosto de 2020. [Bayram Altuğ/Agência Anadolu]
O enviado especial das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Geir Pedersen, fala durante uma entrevista coletiva no Escritório da ONU em Genebra, na Suíça, em 21 de agosto de 2020. [Bayram Altuğ/Agência Anadolu]

O Enviado Especial da ONU para a Síria disse, na sexta-feira (22), que as questões a serem discutidas em uma nova rodada de negociações políticas não poderiam ser resolvidas apenas pelos sírios e que eles também precisavam de cooperação internacional, informou a Agência Anadolu.

Em uma coletiva de imprensa híbrida em Genebra, Geir Pedersen falou que a quinta rodada de negociações do Comitê Constitucional da Síria visando a uma solução pacífica final no país dilacerado pela guerra teria início em Genebra na segunda-feira.

O enviado da ONU observou: “Temos visto, é claro, uma relativa calma desde março, quando tínhamos o acordo entre a Rússia e a Turquia para o Noroeste [Idlib]. Mas, como enfatizei, essa é uma calma frágil.

“Todas essas questões não podem ser resolvidas apenas pelos sírios. É necessária cooperação internacional”, disse Pedersen.

Ele disse que informou o Conselho de Segurança da ONU em Nova Iorque na quarta-feira, descrevendo as próximas reuniões que começam na segunda-feira como “muito importantes”.

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O mundo tem visto violações da soberania e integridade territorial da Síria acontecendo há anos, disse o enviado da ONU, acrescentando: “Vimos dificuldades econômicas como consequência de dez anos de conflito e de fatores internos, mas também externos”.

“Apesar de estar lutando com desafios econômicos extremos e, acima de tudo, o desafio da covid-19 para muitos sírios, a luta diária do povo é apenas para sobreviver acima da maioria das outras questões”, disse o enviado da ONU.

Ele disse que o processo político até o momento ainda não trouxe nenhuma mudança real na vida dos sírios, tampouco uma visão real para o futuro.

“Como enfatizei muitas vezes, agora está claro que nenhum ator ou grupo de atores pode impor sua vontade à Síria ou resolver o conflito sozinho. Eles devem trabalhar juntos.”

Pedersen disse que ainda não entrou em contato com o novo governo dos Estados Unidos empossado na quarta-feira.

“Mas estou muito ansioso para ter um diálogo intenso e bom, espero que também com a nova administração americana.”

O enviado da ONU disse que os participantes das negociações de segunda-feira começarão a chegar a Genebra no sábado.

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Hadi al-Bahra lidera a oposição e Ahmad Kuzbari representa o regime sírio.

Em dezembro, Pedersen disse que, após dez anos de conflito, não era surpreendente que o processo fosse lento e árduo.

A Síria está envolvida em uma guerra civil cruel desde o início de 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu os protestos pró-democracia com uma ferocidade inesperada.

Mais de cinco milhões de civis já foram deslocados.

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