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Cidadão libanês-colombiano é extraditado da África aos Estados Unidos

Alex Nain Saab Moran [Wikipedia]
Alex Nain Saab Moran [Wikipedia]

Alex Nain Saab Moran, cidadão colombiano de origem libanesa, será extraditado aos Estados Unidos para enfrentar acusações de lavagem de dinheiro, determinou na segunda-feira (4) uma corte de Cabo Verde, no oeste da África.

Moran, de 48 anos de idade, é enviado especial à Venezuela e será deportado aos Estados Unidos para ser julgado por crimes relacionados a um esquema de fraude e propina, supostamente sancionado pelo regime do Presidente da Venezuela Nicolás Maduro.

Sob o esquema, Saab – descrito frequentemente como homem forte de Maduro – e seu sócio Álvaro Pulido Vargas foram bonificados com um contrato público para construir unidades residenciais para a população de baixa renda, denunciou o Projeto de Reportagem sobre Corrupção e Crime Organizado (OCCRP).

O contrato permitia à dupla tomar vantagens de uma taxa de câmbio controlada pelo governo para obter dólares a baixo custo, ao submeter documentos falsos de importação para bens jamais efetivamente importados.

Segundo o indiciamento, Saab e Vargas subornaram oficiais do governo para ratificar os documentos forjados. Através do esquema, puderam transferir em torno de US$350 milhões para fora da Venezuela, via bancos americanos, às suas contas no exterior.

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Os advogados de Saab sugeriram entrar com recurso contra a ordem de extradição, promulgada pela Suprema Corte de Cabo Verde.

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela repudiou a decisão judicial: “Não há dúvida de que a detenção do enviado especial Alex Saab é parte de uma campanha obsessiva, orquestrada pelo governo agônico em fim de mandato dos Estados Unidos, com o objetivo de infligir mais danos ao povo venezuelano e desestabilizar suas instituições e ordem interna”.

Saab foi detido em junho de 2020 pela Interpol, procurado sob alerta vermelho, quando seu jato particular pousou no arquipélago africano para reabastecer. O empresário argumentou viajar à república islâmica para obter alimentos e remédios iranianos como assistência à Venezuela.

Observadores, no entanto, reportam que Saab viajou ao Irã para fechar um novo acordo de compra de petróleo em troca de ouro venezuelano, como parte dos esforços para contornar as severas sanções dos Estados Unidos, em cooperação com o Ministro de Petróleo da Venezuela Tareck El Aissami, também descendente de libaneses.

Os primeiros navios petroleiros iranianos chegaram à Venezuela em maio e foram recebidos pessoalmente por Nicolás Maduro. Em dezembro, uma frota de dez petroleiros de Teerã foi enviada a Caracas, para ajudar a nação isolada durante o inverno, reportou a rede Al Jazeera.

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