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Erdogan diz que a Turquia quer melhores laços com Israel, mas ‘a política palestina é nossa linha vermelha’

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, após reunião do gabinete, em Ancara, Turquia, em 14 de dezembro de 2020. [Doğukan Keskinkılıç/Agência Anadolu]
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, após reunião do gabinete, em Ancara, Turquia, em 14 de dezembro de 2020. [Doğukan Keskinkılıç/Agência Anadolu]

O presidente Tayyip Erdogan disse, na sexta-feira, que a Turquia gostaria de ter melhores laços com Israel e que as negociações em nível de inteligência continuam entre os dois lados, mas criticou a política israelense em relação aos palestinos como “inaceitável”, segundo relato da Reuters.

Os dois países tiveram uma dura desavença nos últimos anos, apesar dos fortes laços comerciais, expulsando embaixadores em 2018. Ancara condenou repetidamente a ocupação de Israel na Cisjordânia e o tratamento que dispensa aos palestinos.

Falando a repórteres após as orações de sexta-feira em Istambul, Erdogan disse que a Turquia tem problemas com “pessoas de alto escalão” em Israel e que os laços poderiam ter sido “muito diferentes” se não fosse por essas questões.

Erdogan disse:

“A política da Palestina é nossa linha vermelha. É impossível aceitarmos as políticas palestinas de Israel. Seus atos impiedosos são inaceitáveis.”

Turquia e Israel, ex-aliados, expulsaram os principais diplomatas um do outro em 2018 por causa de confrontos em que dezenas de palestinos foram mortos por forças israelenses na fronteira com Gaza. Mas Ancara e Tel Aviv continuam a fazer comércio entre si.

Em agosto, Israel acusou a Turquia de dar passaportes a uma dúzia de membros do Hamas em Istambul, descrevendo o fato como “uma medida muito hostil” que seu governo abordaria com as autoridades turcas.

LEIA: Diálogo para normalização com Israel teve início em 2018, diz Marrocos

O Hamas tomou Gaza das forças leais ao presidente palestino Mahmoud Abbas em 2007 e o grupo lutou três guerras com Israel desde então. A Turquia diz que o Hamas é um movimento político legítimo que foi eleito democraticamente.

Israel, que formalizou laços com quatro países muçulmanos este ano, disse na quarta-feira que está trabalhando para normalizar os laços com uma quinta nação muçulmana, possivelmente na Ásia. A Tunísia disse na terça-feira que não pretende normalizar os laços.

Ancara criticou as reaproximações mediadas pelos EUA entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos, com Erdogan ameaçando suspender os laços diplomáticos com os Emirados e retirar seu embaixador. Também criticou a decisão do Bahrein de formalizar laços como um golpe nos esforços para defender a causa palestina.

Os palestinos censuraram os negócios mediados pelos Estados Unidos, vistos como uma traição à exigência de longa data de que Israel atenda primeiro à criação de um Estado palestino. Egito e Israel estabeleceram relações plenas em 1979 e a Jordânia em 1994.

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