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União Europeia discutirá venda de armas para a Turquia com a OTAN e os EUA, diz Merkel

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Turquia, Recep Erdogan, em Istambul, Turquia, em 24 de janeiro de 2020 [Agência Mustafa Kamacı / Anadolu]
A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da Turquia, Recep Erdogan, em Istambul, Turquia, em 24 de janeiro de 2020 [Agência Mustafa Kamacı / Anadolu]

Os líderes da UE planejam discutir as exportações de armas para a Turquia com aliados da Otan e Washington, disse a chanceler alemã Angela Merkel na sexta-feira, depois que a Grécia pressionou por um embargo de armas a Ancara, relata a Reuters.

Merkel falou após uma cúpula em que os 27 líderes da UE concordaram em preparar sanções limitadas aos turcos sobre a disputa de exploração de energia de Ancara com a Grécia e Chipre, mas adiou as discussões sobre quaisquer medidas mais severas até março.

“Conversamos sobre como as questões sobre as exportações de armas devem ser discutidas dentro da Otan. Dissemos que queremos coordenar com o novo governo dos EUA sobre a Turquia”, disse Merkel em entrevista coletiva. Muitos países da UE também são membros da OTAN.

Os comentários de Merkel sublinharam um endurecimento da posição sobre a Turquia entre os governos da UE, muitos dos quais no passado resistiram a medidas punitivas contra Ancara, um aliado da OTAN, candidato à adesão à UE e anfitrião de sírios em fuga da guerra civil que de outra forma buscariam refúgio na Europa.

Mas os Estados da UE também têm se tornado cada vez mais críticos em relação ao envolvimento da Turquia na Líbia e à compra de um sistema de armas russo, entre outros pontos críticos.

Os Estados Unidos já estão prestes a impor sanções à Turquia sobre as compras russas, informou a Reuters na quinta-feira.

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O Ministério das Relações Exteriores da Turquia rejeitou na sexta-feira o que chamou de abordagem “tendenciosa e ilegal” da cúpula da UE sobre as sanções.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, pediu aos governos dos Estados Unidos e da UE que parem de ser influenciados pelo que ele chamou de lobbies antiturcos, mas disse acreditar que as questões poderiam ser resolvidas por meio do diálogo.

As tensões aumentaram sobre a decisão da Turquia de enviar navios de perfuração de petróleo e gás para águas ao largo do sul de Chipre, onde as autoridades cipriotas gregas já concederam direitos de exploração de hidrocarbonetos a empresas italianas e francesas.

A Turquia afirma estar operando em águas em sua própria plataforma continental ou em áreas onde os cipriotas turcos têm direitos. Ele também acusou repetidamente a Grécia de evitar negociações bilaterais sobre suas reivindicações marítimas conflitantes e acusou a União Europeia de ser tendenciosa em relação à Grécia e à Turquia.

A UE exportou apenas 45 milhões de euros em armas e munições para a Turquia em 2018, incluindo mísseis, de acordo com o escritório de estatísticas da UE, Eurostat, mas as vendas de aeronaves chegaram a vários bilhões de euros.

Os Estados Unidos, Itália e Espanha foram os principais exportadores de armas para a Turquia de 2015-2019, de acordo com o Instituto de Pesquisa para a Paz Internacional de Estocolmo (SIPRI, na sigla original), com sede na Suécia, um importante centro de pesquisas sobre conflitos e armamentos.

Os governos da UE concordaram em outubro de 2019 em limitar as vendas de armas à Turquia, mas pararam antes de uma proibição em todo o bloco. O bloco atualmente proíbe a venda de armas a vários estados, incluindo Rússia, Bielo-Rússia, Síria e Venezuela.

A União Europeia e a OTAN planejam realizar uma cúpula com o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, depois que ele assumir o cargo em janeiro.

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