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Execuções aumentam no Egito, carrasco veterano pede lugar no Livro dos Recordes

Carrasco veterano Hussein Ashmawy, 25 de novembro de 2020
Carrasco veterano Hussein Ashmawy, 25 de novembro de 2020

À medida que grupos de direitos humanos continuam a soar o alarme sobre o uso da pena de morte no Egito, o carrasco veterano Hussein Ashmawy alegou publicamente ter entrado no Livro Guinness dos Recores, como responsável pelo maior número de execuções no mundo.

“Sou carrasco desde 1992, até que minha profissão tornou-se apelido”, declarou Ashmawy em entrevista à emissora de televisão local DMC, ao reiterar que as pessoas “sempre tiveram pavor de meu trabalho.”

A entrevista com o carrasco egípcio ocorre um mês após o Human Rights Watch condenar autoridades do país por conduzir 49 execuções dentro de dez dias, entre 3 e 13 de outubro.

Na ocasião, Joe Stark, diretor-adjunto da organização para Oriente Médio e Norte da África, afirmou: “As execuções em massa do Egito, em questão de dias, são ultrajantes. A falta sistemática de julgamentos justos, especialmente contra presos políticos, torna cada pena de morte uma violação do direito à vida”.

Durante a entrevista, Ashmawy detalhou ter realizado um total de 1070 execuções. Segundo ele, trata-se do maior número de execuções desde a década de 1990 até sua aposentadoria como carrasco, em 2011.

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“Executei diversas figuras públicas, umas das quais era uma espiã chamada Heba Salem, que foi a principal causa do massacre na escola primária de Bahr Al-Baqar”, relatou.

A chacina em questão ocorreu na aldeia egípcia de Bahr Al-Baqar, em 8 de abril de 1970, quando a força aérea israelense atingiu uma escola primária, resultando em 46 crianças mortas e 50 outras feridas. A escola foi completamente destruída.

Ashmawy destacou que, devido à sua profissão, não poderia ter “qualquer emoção”.

O carrasco veterano nasceu em 1947, na província de Tanta, quinta maior do país, e serviu ao Exército do Egito até 1967.

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