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Veterano chanceler da Síria morre de causas desconhecidas, aos 79 anos

Ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem[Escritório das Relações Exteriores da Síria / Flickr]
Ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem[Escritório das Relações Exteriores da Síria / Flickr]

O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, faleceu aos 79 anos hoje, marcando a morte de um dos diplomatas mais destacados do presidente Bashar Al-Assad.

Muallem, cuja causa de morte não foi revelada pelo regime,teria estado frágil e com problemas de saúde por algum tempo. Sua última aparição pública foi na semana passada na conferência sobre o retorno de refugiados sírios, realizada em Damasco e desprezada por grande parte da comunidade internacional. Ele foi assistido por dois homens enquanto usava uma máscara cirúrgica e teria perdido peso.

Tendo começado sua carreira no serviço diplomático sírio em 1964, ele ocupou cargos no Ministério das Relações Exteriores na Tanzânia, Arábia Saudita, Espanha e Reino Unido, antes de ser nomeado embaixador na Romênia em 1975 por cinco anos. Ele então serviu como enviado da Síria em Washington DC de 1990 a 2000, tendo um papel de destaque nas negociações de paz da Síria com Israel.

Atuando como ministro assistente das Relações Exteriores desde 2000, ano em que Bashar Al-Assad assumiu as rédeas do país após a morte de seu pai, Hafez Al-Assad, Muallem subiu na hierarquia para se tornar ministro das Relações Exteriores em 2006.

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Quando a guerra civil eclodiu em 2011, após a repressão brutal do regime aos manifestantes, Muallem provou sua lealdade à família Assad tornando-se um dos defensores públicos mais expressivos das ações do regime e um crítico aberto do papel dos Estados Unidos, acusado de fomentar a guerra civil.

Ele foi recompensado com o cargo de vice-primeiro-ministro em 2012, juntamente com seu cargo atual, depois que seu antecessor Farouk Al-Sharaa sugeriu um compromisso político com a oposição síria e foi expulso da liderança do partido Baath e marginalizado.

A Rússia foi a primeira nação a enviar condolências por sua morte, como principal aliado e apoiador militar do regime de Assad durante o conflito em curso. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, elogiou Muallem como alguém que “entendeu a importância das relações entre a Rússia e a Síria” e com quem esteve em “contato quase constante” ao longo de sua carreira. “Perdemos um parceiro muito confiável e um amigo sincero”, acrescentou Bogdanov.

Enquanto isso, membros da oposição síria celebraram a morte de Muallem como o fim de um grande apologista da brutalidade do regime de Assad, e, segundo postagens comemorando o fato nas redes sociais, doces estariam sendo distribuídos em áreas do noroeste da Síria controlado pela oposição.

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