Avião do Irã pousa na Venezuela, apesar de ameaças de sanções dos EUA

Avião iraniano da companhia Fars Air Qeshm, em 5 de março de 2011 [Steven Byles/Wikipedia]

Um avião iraniano de uma empresa sancionada pelos Estados Unidos, devido a supostos carregamentos de armas à Síria, pousou ontem (27) na Venezuela, segundo um parlamentar da oposição venezuelana, conforme dados de monitoramento aéreo.

As informações são da agência Reuters.

Em postagem no Twitter, José Manuel Olivares, que representa o estado venezuelano de Vargas, afirmou que a aeronave EP-FAB 747, pertencente à companhia Fars Air Qeshm, pousou no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, a leste da capital Caracas.

O site de monitoramento de voos Flight Radar 24 mostrou que a aeronave reduziu altitude em direção a Caracas em torno da 16h00 locais, após decolar de Teerã na noite anterior. O avião fez paradas na Tunísia e em Cabo Verde, segundo os registros.

Venezuela e Irã se aproximaram recentemente a fim de atenuar as respectivas crises econômicas, agravadas pelas sanções impostas a ambos os países pelos Estados Unidos.

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Teerã também ajudou a Venezuela a conter sua falta de combustíveis, ao enviar diversas flotilhas de navios-petroleiros ao país latino-americano, apesar de ameaças de apreensão dos Estados Unidos.

Em troca, Caracas concedeu ao Irã US$500 milhões em ouro, dado que a moeda venezuelana continua em queda livre.

Nesta semana, o enviado especial americano a ambos os países, Elliott Abrams, anunciou que os Estados Unidos deverão “eliminar” qualquer carga de mísseis de longo alcance do Irã, com destino à Venezuela.

“Aplicaremos todos os esforços possíveis para interromper os envios de mísseis de longo alcance. Caso de algum modo cheguem à Venezuela, serão eliminados ali”, declarou Abrams à rede conservadora americana Fox News.

Em agosto, o Presidente da Venezuela Nicolás Maduro alegou ser uma “boa ideia” a compra de mísseis iranianos por seu país, um dia após a vizinha Colômbia acusar Caracas de planejar a aquisição de armamentos pesados.

Em 18 de outubro último, o embargo de armas imposto pelo Conselho de Segurança da ONU sobre Teerã foi suspenso, permitindo assim a abertura do mercado iraniano para comprar e vender armas convencionais sem violar o Plano de Ação Conjunto Global.

Conhecido como acordo nuclear iraniano, o plano foi revogado unilateralmente pelo governo americano de Donald Trump, em 2018. Esforços dos Estados Unidos para renovar o embargo contra Teerã foram frustrados por falta de apoio nas Nações Unidas.

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