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Falcões raros com destino ao Golfo são confiscados no Paquistão

Falcões recuperados de um cativeiro ilegal são mantidos em uma sala durante coletiva de imprensa com autoridades aduaneiras, em Karachi, Paquistão, 17 de outubro de 2020 [Rizwan Tabassum/AFP/Getty Images]
Falcões recuperados de um cativeiro ilegal são mantidos em uma sala durante coletiva de imprensa com autoridades aduaneiras, em Karachi, Paquistão, 17 de outubro de 2020 [Rizwan Tabassum/AFP/Getty Images]

Diversos falcões raros, em risco de extinção, com destino ao Golfo, foram confiscados de contrabandistas no sul do Paquistão, reportou ontem (19) o jornal britânico The Times. O grupo de 75 aves, estimadas em US$1 milhão, foi resgatado por uma operação no porto de Karachi.

Oficiais alegaram que a operação representou uma ofensiva sem precedentes contra uma organização armada.

Entre as aves resgatadas, estão 74 falcões shaheen e uma abetarda houbara, animal considerado afrodisíaco pela realeza árabe.

Acredita-se que as aves foram capturadas no norte do Paquistão e transportadas a Karachi, com destino ao Golfo, onde seriam vendidas ilegalmente.

O comércio de falcões é popular na região e a caça das aves é considerada parte importante do patrimônio cultural do deserto de muitos estados do Golfo.

Na última semana, um jovem falcão shaheen foi vendido na Arábia Saudita por preço recorde de US$173.000. A venda, realizada durante leilão promovido pelo Clube de Falcões Saudita, chegou ao maior valor unitário para qualquer tipo de ave, mundialmente.

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O preço do falcão, capturado de seu habitat natural em Hafer al-Batin, região nordeste da Arábia Saudita, elevou-se por suas características únicas e raridade, reportou o clube saudita, segundo a agência Reuters.

Contudo, especialistas consultados pelo Times relataram que o preço dos falcões aumentou, em geral, devido a uma nova modalidade de corrida, na qual aves condecoradas perseguem uma isca por um quarto de milha (400 metros), contra o relógio.

Leilões e competições de falcoaria são realizados frequentemente por todo o Golfo, em particular, no Catar e nos Emirados Árabes Unidos. Nos leilões, os preços de aves raras, vencedoras de competições, podem resultar em comissões de até US$250.000.

A elite do Golfo tem o hábito de viajar a locais de clima mais ameno, como Paquistão, Marrocos e Ásia Central, para caçar falcões. O Paquistão costuma autorizar turistas ricos para que capturem aves na região de Baluquistão, leste do país, apesar de críticas dos ambientalistas.

Os falcões são reconhecidos internacionalmente como animais em risco de extinção e diversos estados possuem regulações rigorosas sobre a caça e criação das aves, além de sua captura e comércio.

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