Milícias do Iraque concordam em suspender ataques contra os EUA

Manifestantes iraquianos invadem a Embaixada dos Estados Unidos de Bagdá, em protesto contra ataques de Washington contra batalhões armados pertencentes ao grupo Hashd al-Shaabi, ligado ao Irã, em 31 de dezembro de 2019 [Murtadha Sudani/Agência Anadolu]

Uma gama de grupos paramilitares iraquianos, ligados ao Irã, consentiu em suspender ataques de foguetes contra forças dos Estados Unidos, sob condição do parlamento apresentar um cronograma para retirada das tropas americanas do país.

“As facções apresentaram um cessar-fogo condicional”, declarou Mohammed Mohi, porta-voz do grupo Kataib Hezbollah, à agência Reuters. “Abrange todas as facções da resistência [contra os Estados Unidos], incluindo aquelas que hoje atacam forças americanas”.

Contudo, Mohi destacou que o governo iraquiano deve implementar a resolução parlamentar de janeiro último para retirar todas as tropas estrangeiras do território do Iraque.

A decisão do parlamento iraquiano sucedeu um ataque a drone, executado pelos Estados Unidos no aeroporto de Bagdá, que resultou na morte do comandante iraniano Qassem Soleimani e do chefe paramilitar iraquiano Abu Mahdi al-Muhandis e despertou temores de confronto aberto entre Estados Unidos e Irã, em solo do Iraque.

Mohi afirmou que não há prazo final para o governo implementar a resolução, mas alertou: “Caso os Estados Unidos insistam em permanecer aqui e não respeitem a decisão do parlamento, então as facções utilizarão todas as armas a seu dispor.”

Segundo Mohi, os disparos de foguetes Katyusha contra tropas e complexos diplomáticos dos Estados Unidos foram meramente “uma mensagem de que não são bem-vindos no país” e que ataques mais contundentes poderão ocorrer.

Oficiais americanos culpam o Kataib Hezbollah por dezenas de ataques de foguetes contra instalações dos Estados Unidos no Iraque. A organização paramilitar nega.

Milícias menores e previamente desconhecidas assumiram responsabilidade por alguns dos ataques. Fontes de segurança iraquianas acreditam que tais grupos são ligados ao Kataib Hezbollah e outras milícias maiores filiadas ao Irã.

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