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Últimos suspeitos do Daesh nos Estados Unidos são repatriados da Síria

Militantes do Daesh na Síria [foto de arquivo]
Militantes do Daesh na Síria [foto de arquivo]

Os Estados Unidos repatriaram e indiciaram os últimos quatro americanos suspeitos de filiação ao Daesh (Estado Islâmico), com destino ao norte da Síria, reportou em nota o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (30).

Os quatro cidadãos americanos estavam entre os cerca de 2.000 prisioneiros de dezenas de países, mantidos no norte da Síria, capturados pelas Forças Democráticas da Síria, sob liderança curda, em 2019.

Os presos são mantidos em uma espécie de limbo político e jurídico, sem saber se seus países de origem estarão dispostos a recebê-los. Contudo, os governos de Barack Obama e Donald Trump escolheram repatriar e julgar seus cidadãos em solo natal.

Não obstante, diversos países, como Reino Unido, preferiram revogar a cidadania de quem filiou-se ao Daesh e recusaram esforços contínuos de repatriação.

Após o anúncio americano, John Demers, chefe da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, afirmou ter esperanças de que a medida – “esforço de anos” – possa encorajar outros estados a repatriar seus cidadãos.

“Cada país deve assumir a responsabilidade pelas pessoas que deixaram sua terra”, declarou Demers, segundo o jornal The New York Times.

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Todos os quatro americanos repatriados foram indiciados ao retornar aos Estados Unidos, por crimes de envolvimento com o Daesh. Deverão, portanto, enfrentar julgamento em solo americano.

Dois dos suspeitos, pai e filho, Emraan e Jihad Ali, que viajaram à Síria em março de 2015, já apresentaram-se ontem a uma corte de Miami. São acusados de conspirar para conceder apoio material ao Daesh. Segundo relatos, ambos receberam treinamento militar e religioso do Estado Islâmico, na Síria.

Os outros suspeitos, Lirim Sylejmani e Abdelhamid al-Madioum, foram indiciados há duas semanas por cortes federais em Washington e Minnesota, respectivamente, também acusados de conceder apoio material ao Daesh, desde 2015.

Após o indiciamento de Sylejmani, em 16 de setembro, Jill Sanborn, diretora-adjunta da Divisão de Contraterrorismo do FBI, declarou que o anúncio “deve servir de alerta a todos que viajaram ou tentaram viajar para filiar-se ao Daesh, e que o FBI permanece resoluto em garantir justiça.”

Os Estados Unidos repatriaram um total de 27 cidadãos do Iraque e Síria. Dez foram acusados de crimes relacionados a filiação com o grupo terrorista. Os outros dezessete não foram indiciados por serem familiares dos suspeitos ou menores de idade.

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