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Dezessete egípcios da aldeia de Dahmasha afogam-se na costa da Líbia

Corpos de refugiados afogados são encontrados na costa de Zawiya, Líbia, 22 de fevereiro de 2017 [Hazem Turkia/Agência Anadolu]
Corpos de refugiados afogados são encontrados na costa de Zawiya, Líbia, 22 de fevereiro de 2017 [Hazem Turkia/Agência Anadolu]

Dezessete egípcios se afogaram na costa da Líbia, ao tentar chegar à Europa, segundo informações concedidas por suas famílias. Os homens eram todos da aldeia de Dahmasha, na província de Sharqia, norte do Egito.

Suas famílias foram informadas sobre o incidente após um cidadão líbio contactá-las com fotografias de pessoas desaparecidas, conforme relataram à rede Alarabiya.

As famílias dos refugiados reivindicam que o governo do Egito intervenha e pressione a Líbia a conduzir uma busca pelos corpos, além de libertar os sobreviventes.

Em 12 de setembro, os refugiados saíram da Líbia com destino à Itália. Dois dias depois, a Organização Internacional para Migração anunciou que ao menos 24 pessoas, em maioria do Egito e Marrocos, afogaram-se na costa líbia após o barco virar.

A guarda costeira da Líbia interceptou três barcos, incluindo o naufrágio.

Na ocasião, dois corpos foram encontrados. Os 45 sobreviventes relataram haver 22 pessoas ainda desaparecidas.

LEIA: Protestos contra o governo de Sisi sacodem o Egito

A Líbia é um dos principais portos de saída para refugiados que tentam chegar à Europa. Redes de tráfico humano se beneficiaram da lacuna no poder, após a deposição e morte do longevo ditador líbio Muammar Gaddafi, em 2011, por levante popular.

Desde 2016, com a ascensão de partidos populistas de extrema-direita, com forte agenda anti-imigração, diversos estados-membros da Europa passaram a colaborar com a guarda costeira da Líbia para devolver os refugiados ao território africano.

No ano seguinte, o número de imigrantes na Itália diminuiu, mas o número de refugiados que morreram no mar aumentou drasticamente.

A guarda costeira da Líbia é acusada de sabotar sistematicamente esforços de ongs e barcos voluntários de resgate, além de contribuir efetivamente com redes de tráfico humano.

A organização internacional Human Rights Watch alertou que a guarda costeira da Líbia de fato facilitou a prisão de dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças, em condições precárias, nas quais enfrentam abusos como tortura e trabalho forçado.

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