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Grupo cristão francês apoia regime sírio de Assad, segundo relatos

Benjamin Blanchard, diretor-geral da organização francesa SOS Chrétiens d'Orient (Cristãos do Oriente Médio) em coletiva de imprensa, em Paris, 24 de janeiro de 2020 [Thomas Sanson/AFP/Getty Images]
Benjamin Blanchard, diretor-geral da organização francesa SOS Chrétiens d'Orient (Cristãos do Oriente Médio) em coletiva de imprensa, em Paris, 24 de janeiro de 2020 [Thomas Sanson/AFP/Getty Images]

O grupo francês SOS Chrétiens d’Orient (Cristãos do Oriente Médio) concedeu apoio a uma milícia leal ao governo sírio de Bashar al-Assad, acusada de crimes de guerra na província de Hama, oeste da Síria, segundo relatos da mídia local.

As informações são da agência Anadolu.

O grupo alega enviar auxílio humanitário a cristãos na Síria, sem intervir no conflito. Contudo, tem concedido apoio efetivo às milícias conhecidas como Força de Defesa Nacional de Mhardeh (FDNM), desde 2013, reportou o site de notícias francês Mediapart.

O grupo é considerado “organização parceira em defesa nacional” pelo Ministério de Defesa da França.

O empresário Simon al-Wakeel, que lidera a FDNM, é acusado de diversos crimes de guerra ao longo do conflito na Síria. Em vídeo no YouTube, vestido com uniforme do regime sírio, al-Wakeel agradece explicitamente o apoio da organização francesa.

A FDNM foi fundada como movimento popular, mas tornou-se milícia sob comando de al-Wakeel. Em 2019, participou ativamente dos ataques do regime contra Hama e Idlib.

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Segundo a Rede de Direitos Humanos da Síria, a milícia é responsável por vender itens saqueados das aldeias invadidas, em particular, a aldeia predominantemente cristã de Skelbiye, perto de Mhardeh, em Hama.

A SOS Chrétiens d’Orient refere-se a al-Wakeel como “Monsieur Simon” e estabeleceu um suposto centro de ajuda humanitária em Mhardeh, como “símbolo da resistência síria contra o terrorismo internacional”.

A organização, desde então, elogiou o poderio militar da milícia que controla a cidade, ao afirmar que o grupo está cercado por organizações da oposição síria – alegação rejeitada por analistas e especialistas.

Outro vídeo, de 2016, tenta projetar o grupo cristão como entidade cuja única meta na Síria é humanitária. No vídeo, Alexandre Goodarzi, um dos líderes do grupo, entrega cobertores e alimentos a milícias do regime. Goodarzi é conhecido por fotografias com rifles Kalashnikov, tiradas no país assolado pela guerra.

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