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‘Nenhum sinal de vida’ nos escombros de Beirute após três dias de busca por sobreviventes

Edifícios danificados após enorme explosão no porto de Beirute, Líbano, em 17 de agosto de 2020 [Enes Canli/Agência Anadolu]
Edifícios danificados após enorme explosão no porto de Beirute, Líbano, em 17 de agosto de 2020 [Enes Canli/Agência Anadolu]

Não há mais esperança de encontrar sobreviventes, após um mês da enorme explosão que devastou Beirute, capital do Líbano, declararam as equipes de resgate que escavaram persistentemente os escombros da cidade nos últimos três dias.

As informações são da agência Reuters.

Cerca de cinquenta trabalhadores e voluntários, incluindo uma equipe especializada do Chile, operaram na área no decorrer dos últimos três dias, para tentar localizar sobreviventes, após sensores detectarem sinais de calor, na última quinta-feira (3).

“Falando tecnicamente, não há sinais de vida”, reportou Francisco Lermanda, chefe do grupo de voluntários chilenos, em coletiva de imprensa realizada na noite de sábado (5). Segundo Lermanda, as equipes de resgate vasculharam 95% do edifício em questão.

Segundo Lermanda, os sinais de vida detectados pelo equipamento sensível, na última semana, eram oriundos da respiração dos próprios trabalhadores de resgate que operavam dentro do edifício devastado. Os esforços agora serão voltados à limpeza dos escombros e tentativas de encontrar os restos mortais das vítimas.

“Não vamos parar nunca, mesmo com apenas 1% de esperança”, reiterou Lermanda. “Não vamos parar nunca, até que nosso trabalho esteja feito”.

A explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto, resultou em cerca de 190 mortos e 6.000 feridos, além de devastar bairros inteiros em Beirute, cidade que já sofre com a grave crise econômica do país.

Na sexta-feira (4), autoridades realizaram cerimônias para marcar um mês desde o desastre.

Esforços de resgate dominaram as redes sociais e a imprensa local, à medida que a população libanesa parece desesperada por algum milagre, não consumado.

O edifício onde ocorriam as buscas situa-se entre os distritos residenciais de Gemmayze e Mar Mikhael, uma das áreas mais atingidas pela explosão. É local de muitos edifícios antigos que desabaram com a onda de choque decorrente da catástrofe.

A operação foi lenta, relataram os trabalhadores de resgate, pois o edifício continua sob risco de iminente desabamento. “O prédio está realmente caindo, é assustador e bastante perigoso para a equipe”, afirmou George Abou moussa, chefe da defesa civil do Líbano.

Os trabalhadores usaram pás e as próprias mãos para abrir pequenos espaços entre os escombros. Escavadeiras mecânicas e uma grua foram utilizadas para suspender destroços pesados. Equipamentos de escaneamento também foram aplicados para criar imagens tridimensionais do prédio destruído.

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