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Três membros do Hezbollah são absolvidos pela morte de Rafic Hariri; outro, considerado culpado

Três dos quatro membros do Hezbollah em julgamento, conduzido in absentia, sobre seu envolvimento no assassinato de Rafic Hariri

Três dos quatro membros do Hezbollah em julgamento, conduzido in absentia, sobre seu envolvimento no assassinato de Rafic Hariri, em 14 de fevereiro de 2005, foram absolvidos de todas as acusações apresentadas no inquérito.

Hussein Hassab Oneissi, Assad Hassan Sabra e Hasan Habib Merhi foram inocentados das acusações pois a câmara de julgamento não pôde comprovar culpa além de dúvida razoável.

Salim Jamil Ayyash, contudo, foi julgado culpado sob cinco acusações, incluindo homicídio premeditado do ex-premiê Rafic Hariri e outras 21 pessoas, via materiais explosivos.

O veredito desta terça-feira (18) não inclui a sentença, prevista para audiência posterior.

Hariri foi assassinado em 14 de fevereiro de 2005, em Beirute, capital do Líbano, quando 1.800 quilogramas de TNT escondidos em uma van Mitsubishi explodiram perto de sua carreata. O atentado deixou 22 mortos, incluindo seguranças de Hariri e o então Ministro da Economia Bassel Fleihan.

Parentes das vítimas, incluindo Saad Hariri, filho de Rafic e também ex-premiê, ouviram o veredito especial apresentado pela corte em Haia. Também estiveram presentes representantes da família de Fleihan.

Antes da decisão ser anunciada, o juiz responsável relatou à corte que não há evidência de envolvimento direto do governo sírio de Bashar al-Assad ou da liderança do Hezbollah no assassinato de Rafic Hariri, embora houvesse motivo claro.

A corte mencionou registros telefônicos como evidência de que os quatro réus envolveram-se no atentado. Todavia, o juiz contestou a acusação, ao alegar que as 33 ligações em questão, realizadas na hora anterior ao assassinato, não provam para além de dúvida razoável que três dos quatro réus participaram conscientemente da conspiração que antecedeu o ataque.

O veredito estava previsto para ser anunciado em 7 de agosto, mas o tribunal apoiado pela ONU decidiu adiar o julgamento após a enorme explosão que devastou Beirute, em 4 de agosto, e resultou em quase 200 mortos e milhares de feridos.

O julgamento e a investigação, conduzidos sob o código penal da constituição libanesa, por juízes libaneses e internacionais, estendeu-se por quinze anos e custou aproximadamente US$1 bilhão.

Políticos libaneses, como o Presidente Michel Aoun, exortaram todos os partidos a aceitar o veredito anunciado pelo tribunal extraordinário. Em nota, declararam: “Temos de aceitar o que será decidido pelo Tribunal Especial para o Líbano, embora justiça tardia não seja justiça.”

Na última semana, o Secretário-Geral do Hezbollah Hassan Nasrallah afirmou que os vereditos não mudarão nada para a organização, ao reiterar que a organização libanesa xiita, ligada ao Irã, não reconhece a corte.

Em discurso televisionado, alegou Nasrallah: “Para nós [Hezbollah], será como se nenhuma decisão fosse anunciada… caso nossos irmãos sejam sentenciados injustamente, como esperamos, insistiremos em sua inocência.”

Diversos observadores alertaram que para possibilidade de escalada de violência entre membros do Hezbollah e apoiadores de Hariri, no Líbano, após o anúncio do veredito.

LEIA: Ex-premiê do Líbano Saad Hariri exige passe livre para formar novo governo

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