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Número de imigrantes aportando na Itália mais que dobra no último ano

Mais de 80% dos imigrantes que chegam à Itália saíram da Tunísia e Líbia; a crise econômica na Tunísia reforçou o aumento nos números da perigosa travessia

O número de imigrantes que aportaram na costa da Itália mais do que dobrou no último ano, conforme piora da crise econômica na Tunísia, que motivou novo aumento no fluxo migratório em botes que atravessam o Mar Mediterrâneo.

Os dados foram apresentados pela Ministra do Interior da Itália Luciana Lamorgese, em coletiva de imprensa, no sábado (15), reportou a agência Reuters.

Mais de 21.000 pessoas chegaram à Itália entre agosto de 2019 e o fim de julho de 2020, aumento de 148% no período de um ano.

Lamorgese afirmou que a maioria das chegadas reportadas são “atracagens autônomas, difíceis de gerenciar … com pequenos barcos e botes”, ao invés de embarcações resgatadas em alto mar e trazidas à costa.

Muitos dos imigrantes aportam no sul da Itália, em particular, na ilha de Lampedusa, no Mediterrâneo.

No período de doze meses, mais de 5.000 imigrantes foram resgatados, a maioria por barcos operados por organizações não-governamentais, segundo informações do ministério.

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Mais de 80% dos imigrantes que chegam à Itália saíram da Tunísia e Líbia. A crise tunisiana reforçou o aumento nos números da perigosa travessia.

“Os números não são muito altos. Certamente, são mais altos do que no último ano, mas temos de colocá-los em contexto: a Tunísia vive uma crise econômica, política e social profunda”, destacou Lamorgese aos repórteres. “Vemos famílias inteiras deixando a Tunísia para chegar ao território italiano”.

Há anos, a Itália representa a principal rota para centenas de milhares de requerentes de asilo e outros imigrantes que desejam entrar na Europa. A costa ocidental da Líbia constitui o principal ponto de partida para refugiados africanos que desejam realizar a travessia.

Um pico no fluxo migratório foi atingido entre agosto de 2016 e julho de 2017, quando quase 183.000 imigrantes chegaram à Itália.

Os números começaram a cair devido a um esforço conduzido pelo país europeu para desmantelar as redes de tráfico humano e para conceder apoio à guarda costeira líbia, a fim de interceptar barcos lotados de imigrantes. Contudo, voltaram a apresentar aumento em 2020.

O predecessor de Lamorgese, Matteo Savini, líder do partido de extrema-direita Liga Norte, com enfoque anti-imigração, assumiu linha dura para abordar navios humanitários que resgatavam refugiados no mar, ao fechar portos italianos e acusar grupos de resgate de colaborar com o tráfico humano.

Lamorgese afirmou que encontrará o Presidente da Tunísia Kais Saied na próxima segunda-feira (23), para discutir a questão, ao lado do Ministro de Relações Exteriores da Itália Luigi di Maio e dos Comissários da União Europeia Ylva Johansson e Olivér Várhelyi.

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