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Reunião virtual de doadores angaria US$300 milhões ao Líbano

Edifício destruído após explosão no porto de Beirute, Líbano, 6 de agosto de 2020 [Mahmut Geldi/Agência Anadolu]
Edifício destruído após explosão no porto de Beirute, Líbano, 6 de agosto de 2020 [Mahmut Geldi/Agência Anadolu]

Um grupo de mais de 36 países e instituições internacionais comprometeu-se em doar quase US$300 milhões em ajuda humanitária ao Líbano, durante reunião virtual realizada no domingo (9), após a enorme explosão que devastou a capital Beirute.

As informações são da rede Al Jazeera.

A explosão ocorreu na última terça-feira (4), após 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenadas indevidamente no porto de Beirute, há seis anos, entrarem em combustão. O desastre resultou em mais de 200 mortos e milhares de feridos.

Os recursos deverão ser “diretamente enviados à população libanesa”, segundo nota conjunta divulgada pelos países doadores após a conferência virtual, isto é, serão submetidos por meio de mecanismos da ONU e organizações não-governamentais, ao invés de via governo.

A medida pouco usual foi estipulada após milhares de libaneses cercarem o Presidente da França Emmanuel Macron durante sua visita a Beirute, na quinta-feira (6), para expressar seus temores de que políticos corruptos poderiam desviar verbas humanitárias.

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O presidente francês liderou a cúpula virtual e declarou que os recursos serão destinados à reconstrução do setor de saúde, educação e habitação, além de apoio à segurança alimentar do povo libanês.

Macron anunciou que a França doará €50 milhões (US$59 milhões), junto ao resto do fundo de emergência composto por €63 milhões (US$74 milhões) oriundos da Comissão Europeia. O Catar comprometeu-se com US$50 milhões; o Kuwait, com US$41 milhões; entre outros.

Não obstante, políticos franceses reiteraram demandas por reformas no Líbano, também reivindicadas por manifestantes, desde outubro de 2019

Durante a conferência, Macron destacou aos países doadores: “As autoridades libanesas devem agora implementar reformas políticas e econômicas reivindicadas pelo povo do Líbano e que, por si só, poderão permitir à comunidade internacional agir efetivamente junto ao país, para sua reconstrução”.

Enquanto isso, diante da renúncia de todo o governo do Líbano, nesta segunda-feira (10), o Ministro de Relações Exteriores da França Jean-Yves Le Drian publicou uma declaração exortando o país a conduzir “rápida formação de um governo”.

Le Drian reiterou que o novo governo deve “provar sua efetividade” ao implementar “reformas sem as quais o país caminha para o colapso econômico, político e social”.

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