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Campanha no Egito pede que autoridades revoguem acordo sobre a Represa do Renascimento

Trabalhadores nas obras da Grande Represa do Renascimento, na Etiópia, 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/AFP/Getty Images]
Trabalhadores nas obras da Grande Represa do Renascimento, na Etiópia, 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/AFP/Getty Images]

A popular campanha “Batel” exortou autoridades do Egito a revogarem imediatamente o acordo de Declaração de Princípios assinado entre o governo no Cairo, Etiópia e Sudão, sobre a construção da Grande Represa do Renascimento, em 2015.

O comunicado da campanha foi emitido logo após a Etiópia anunciar, na quarta-feira (15), que começaria a preencher o reservatório da represa. Posteriormente, o governo etíope em Addis Ababa recuou da decisão.

O anúncio etíope foi feito dias após o fim de nova rodada de negociações entre os três países. A última rodada de conversas terminou em impasse, assim como muitas outras tentativas ao longo da última década.

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Representantes do Egito receiam que as obras prejudiquem o fluxo hídrico do Nilo para o país. O governo etíope reitera que não pretende afetar qualquer interesse do Egito e que as obras da represa voltam-se fundamentalmente à geração de energia elétrica.

A declaração indicou que a campanha “convida todas as forças políticas dentro e fora do Egito a superar quaisquer diferenças e unificar sua postura contrária à concessão de direitos sobre as águas do Nilo.”

Prosseguiu: “[A campanha] demanda a retirada imediata do Egito do acordo de Declaração de Princípios, a fim de conduzir um referendo popular em seu lugar, para dar voz à decisão do povo egípcio. Todas as instituições soberanas do Estado devem ter voz diante desta catástrofe,

que está prestes a cair sobre o Egito e sobre o futuro de sua população.”

A campanha Batel anunciou que, caso as autoridades recusem-se a realizar um referendo popular sobre o acordo assinado “unilateralmente, sem consulta”, então terá de organizá-lo via plataforma eletrônica, com o objetivo de “fazer com que o mundo ouça a voz dos egípcios.”

Concluiu: “Esperamos que todas as forças políticas apresentem posição unificada ao povo, sem maior demora. Que o presente e o futuro do Egito sejam o objetivo final para todos nós.”

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