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Parlamento oriental da Líbia pede intervenção militar do Egito

Soldados do Egito [Mohammed Bendari/Apaimages]
Soldados do Egito [Mohammed Bendari/Apaimages]

O parlamento oriental da Líbia, que apoia as forças do general renegado Khalifa Haftar, concedeu permissão ao Exército do Egito para intervir na guerra civil do país norte-africano.

“Pedimos por esforços conjuntos entre as duas nações irmãs – Líbia e Egito – a fim de derrotar o ocupante e manter nossa segurança e estabilidade comuns no país e na região”, afirmou o comunicado da Câmara dos Representantes, divulgado ontem (13).

Prosseguiu: “[O parlamento] acolhe as palavras do Presidente do Egito [Abdel Fattah el-Sisi], na presença de representantes das tribos líbias.”

Em junho, Sisi afirmou que poderia enviar tropas a Líbia, caso o Governo de União Nacional, com apoio da Turquia, atravessasse a atual linha de frente na cidade costeira de Sirte. Em resposta, o governo central alegou considerar as palavras de Sisi como “declaração de guerra”.

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No sábado (11), Sisi declarou que o Egito tem direito, segundo a Carta das Nações Unidas, de intervir militarmente na Líbia. O exército egípcio já executou manobras militares perto da fronteira, intituladas “Hasm 2020”.

Sirte é considerada acesso estratégico aos principais terminais de exportação de petróleo da Líbia. Segundo a Reuters, o petróleo tornou-se o principal recurso disputado em combate.

Desde janeiro, forças de Haftar executam um bloqueio sobre a produção e a exportação de petróleo no país. Porém, segundo acordos internacionais, apenas a Corporação Nacional de Petróleo, gerenciada pelo Governo de União Nacional em Trípoli, possui direitos para comercializar o produto.

A autorização da presença militar egípcia na Líbia ocorre em meio à intervenção da Turquia, desde o início do ano, em apoio ao governo em Trípoli, sob cerco severo de Haftar, desde abril de 2019.

As milícias de Haftar possuem apoio de países como Emirados Árabes Unidos, França e Egito, além de suporte operacional de mercenários russos. No entanto, o Governo de União Nacional reverteu ganhos do general devido ao apoio intensivo da Turquia.

De acordo com o Instituto de Pesquisa em Política Internacional (FRI), os principais desafios do Egito residem na implementação e gestão das forças militares ao longo da linha vermelha de Jufra-Sirte. A eventual intervenção impõe risco de escalada com a Turquia.

O Cairo deve tender a uma intervenção simbólica, segundo a qual suas forças militares seriam empregadas para coagir as partes em conflito na Líbia à mesa de negociação, sobre mediação de Egito, ao invés de confronto direto. O uso de drones militares pela Turquia também deve limitar taticamente o alcance do exército egípcio.

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