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No aniversário de 75 anos ONU, a torcida contra do Brasil

Nações Unidas [Divulgação]
Nações Unidas [Divulgação]

A relação do Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU), que completou na sexta-feira (26) 75 anos de existência, mereceu uma coluna do articulista Jamil Chade, do Portal UOL.  E o retrato não é de orgulhar, ao mostrar o país de Jair Bolsonaro fazendo eco ao mesmo esforço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de esvaziar a organização.

Tanto em relação à ONU, e suas comissões, como a de Direitos Humanos em particular, quanto à Organização Mundial da Saúde (OMS) – principal organismo a orientar o mundo no combate à pandemia de covid-19, o Brasil tem mantido atitudes de desinteresse ou provocação. Rejeita o multilateralismo e advoga por um nacionalismo que desdenha da própria natureza das instituições globais.

Em todas essas posturas, procura alinhar-se e reforçar os interesses do colega norte-americano. A postura brasileira tem sido a de “rejeitar qualquer tipo de recomendação internacional sobre os assuntos nacionais, ainda que sejam os próprios tratados assinados pelo Brasil”, observa Chade. Também acumula a segunda maior dívida com a ONU, avaliada em mais de US$ 433,5 milhões. “Apenas os EUA têm uma dívida maior e tampouco a paga” – compara o articulista.

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Movido pela ideia de que, passada a pandemia, o Brasil terá uma parcela no novo reinado dos Estados Unidos, o governo de Bolsonaro – na visão de seu chanceler Erneto Araújo –  espera ocupar ” uma espécie de novo conselho de segurança”  poder “acreditar na possibilidade de o Brasil influenciar e formatar um novo cenário”.

O resultado dessa postura é “uma enxurrada de críticas por parte de relatores da ONU, seja por conta do desmatamento, povos indígenas, violência policial ou pela resposta à covid-19.”. “Na cúpula da ONU, diz Jamil, reina o constrangimentol. “Ainda em 2019, numa reunião em Davos, dois altos dirigentes das Nações Unidas tentaram sentar em locais distantes de Bolsonaro quando se deram conta que estavam na mesma reunião do presidente brasileiro”. E ainda não havia coronavírus ou a pandemia que expôs de forma cabal o despreparo e a resistência do governo brasileiro em seguir orientações básicas da OMS.

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