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Tentativa de suicídio de estudante bidoon do Kuwait reacende debate sobre discriminação

Existem cerca de 100.000 apátridas no Kuwait, considerados 'residentes ilegais' pelo governo

Uma tentativa de suicídio de um jovem de comunidade bidoon (apátridas) do Kuwait, provocou protestos no estado do Golfo e voltou a destacar a discriminação enfrentada pela comunidade.

De acordo com Arabi21, um estudante de medicina que não teve o nome divulgado tomou uma overdose de medicamentos na segunda-feira na área de Sulaibiya, capital da Cidade do Kuwait. Ele foi levado para uma unidade de terapia intensiva em um hospital local e está em estado grave.

O site de notícias árabe também informou que pelo menos três pessoas de comunidades bidoon se suicidaram no ano passado, devido à perseguição que sofreram. Um deles, um homem de 20 anos, se matou depois de ter sido recusado para um emprego por não ter o cartão de segurança emitido pelo Estado. O incidente levou os usuários de mídia social a pedir o fim da discriminação.

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O último caso teria levado alguns usuários on-line a iniciar o uso da hashtag árabe “Bidoon Lives Matter”. Outros também reagiram com raiva às autoridades do Kuwait, que, segundo afirmam, tentaram “encobrir” a opressão ao bidoon, alegando que o estudante tinha problemas de saúde mental subjacentes.

Existem cerca de 100 mil apátridas no Kuwait, considerados “residentes ilegais” pelo governo e estimativas de 500 mil em todo o Golfo. Grupos de direitos humanos há muito fazem campanha contra os maus-tratos e a marginalização da comunidade, no entanto, o Kuwait insiste que a maioria dos bidoon é originária de países vizinhos e não é elegível para cidadania. Muitos bidoon contestam isso e dizem que são indígenas do estado do Golfo. Muitos viviam em áreas tribais remotas das fronteiras indefinidas do nascente estado do Kuwait quando este conquistou a independência da Grã-Bretanha em 1961 e foram considerados inelegíveis para a cidadania.

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