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Egito mantém sentença contra assassinos de jovem que defendeu vítima de assédio sexual

Mahmoud El-Banna, estudante egípcio de 18 anos, foi esfaqueado e morto após defender uma vítima de assédio sexual [Twitter]
Mahmoud El-Banna, estudante egípcio de 18 anos, foi esfaqueado e morto após defender uma vítima de assédio sexual [Twitter]

Uma corte egípcia decidiu manter sentença contra três jovens condenados em 2019 por assassinar um jovem de seu bairro. Em outubro, o adolescente Mahmoud Al-Banna interviu em um ataque sexual para defender uma estudante colegial nas ruas de Tala, em Monoufiya.

Após o incidente, Al-Banna compartilhou em seu Facebook: “Não é másculo bater numa garota nas ruas.”

Em retaliação, os três jovens emboscaram Al-Banna, borrifaram gás de pimenta em seus olhos e o esfaquearam três vezes no rosto e coxa. Investigações descobriram que o principal agressor, Mohamed Al-Rabie, enviou ameaças a Al-Banna para que deixasse de falar sobre o assunto.

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Al-Rabie liderou o ataque, assistido por seus dois amigos Eslam Awad e Mostafa Mohamed.

Al-Banna morreu no hospital e tornou-se conhecido como “mártir da cavalaria”. Sua morte gerou uma onda de indignação e solidariedade, além de reivindicações ao governo para abordar devidamente o problema endêmico do assédio sexual no país.

Durante o funeral do estudante egípcio, milhares de pessoas marcharam pelas ruas.

Os réus foram presos e acusados de assassinato premeditado; outro réu que os ajudou a fugir da cena do crime recebeu cinco anos de prisão.

No Egito, vítimas costumam ser punidas por denunciar casos de assédio sexual; agressores frequentemente caminham livres. Após o assassinato, forças de segurança anunciaram que Al-Banna foi morto em decorrência de uma discussão com amigos em um café, mas vídeos de circuito fechado que vazaram ao público mostraram que o jovem foi perseguido nas ruas pelos criminosos.

Na ocasião, o Ministério do Interior do Egito prendeu 22 pessoas por incitação contra o estado, após protestarem em frente ao tribunal, em Shebin El-Koum, onde os réus eram julgados. O governo de Abdel Fattah el-Sisi classificou os manifestantes como “terroristas”, supostamente membros da Irmandade Muçulmana.

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