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Egito perdoa ex-policial que assassinou cantora libanesa Suzanne Tamim

Cantora libanesa Suzanne Tamim posa durante sessão de fotografia no Egito. Tamim foi encontrada morta no emirado de Dubai em 28 de julho de 2008, segundo fontes de segurança oficiais, porém, sem detalhes sobre a causa da morte [STR/AFP/Getty Images]

A decisão do Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi de perdoar um ex-policial condenado pelo assassinato da cantora libanesa Suzanne Tamim levou a uma onda de indignação no país norte-africano.

Mohsen Al-Sukkari foi condenado por assassinar Tamim em 2008, nos Emirados Árabes Unidos, a mando do magnata egípcio Hisham Talaat Mostafa. O ex-policial seguiu a cantora do Cairo a Londres, e então a Dubai, onde invadiu seu apartamento e a assassinou a facadas.

Segundo relatos, Hisham e Suzanne possuíam um caso amoroso. O empresário ordenou a execução após recusa de um suposto pedido de casamento.

Quatro anos depois, um corte de recursos manteve prisão perpétua a Mohsen e pena de 15 anos contra Hisham. Indícios apontam que Hisham pagou US$2 milhões a Mohsen para assassinar a cantora pop.

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Hisham era bastante próximo de Gamal Mubarak, filho do ex-ditador Hosni Mubarak, e membro sênior do chamado Partido Nacional Democrático, então no governo.

Na ocasião, o caso de Suzanne Tamim foi acompanhado de perto por todo o mundo árabe.

No sábado (23), o general el-Sisi anunciou perdoar 3.157 prisioneiros pelo feriado islâmico do Eid, que marca o fim do Ramadã. Al-Sukkari estava na lista.

Hisham recebeu o perdão presidencial no Eid, em 2017, sob alegações de saúde.

A decisão deste fim de semana incitou uma onda de indignação, à medida que não havia nenhum prisioneiro político na ampla lista de detentos perdoados. A maioria do presos incluídos foram condenados por assassinato, tentativa de homicídio, tráfico de drogas, prostituição, tráfico humano, corrupção e fraude.

Hoje, há cerca de 60.000 prisioneiros políticos no Egito; destes, aproximadamente 20.000 presos estão sob detenção preventiva sem qualquer julgamento. Organizações de direitos humanos e governos ao redor do mundo reivindicam do Egito que liberte prisioneiros no país para atenuar a superlotação nas cadeias, diante do grave risco por coronavírus.

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