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Carreata do Hezbollah celebra retirada de Israel no perímetro da fronteira com o Líbano

Centenas de apoiadores dos movimentos Hezbollah e Amal realizam uma carreta por motocicleta no perímetro da chamada Linha Azul, fronteira demarcada pela ONU entre Israel e Líbano, para celebrar os 20 anos da retirada de Israel do sul do país, em 25 de maio de 2020 [Ali Choeib/Twitter]

Centenas de apoiadores dos movimentos libaneses Hezbollah e Amal realizaram uma carreata por motocicleta no perímetro da chamada Linha Azul, fronteira demarcada pela ONU entre Israel e Líbano, nesta segunda-feira (25), para comemorar os vinte anos da retirada israelense da ocupação no sul do Líbano.

Vídeos nas redes sociais registraram uma multidão de homens dirigindo motocicletas com bandeiras do Hezbollah, Amal e Líbano, ao longo da fronteira.

A carreata dispersou-se em vinte grupos distintos e dirigiu-se da cidade costeira de Naqoura a Khiam, segundo reportagem do jornal Daily Star. Fontes do grupo de manifestantes afirmaram ter respondido ao um chamado do Secretário-Geral do Hezbollah Hassan Nasrallah, em nome da libertação da Palestina.

O grupo não atravessou a fronteira, mas soldados das forças de paz das Nações Unidas (UNIFIL) mantiveram guarda na área, para evitar ruptura dos limites da Linha Azul ou confrontos entre forças de ambos os países. Os motociclistas encontraram bloqueios da ONU em algumas das estradas.

Israel ocupou o sul do Líbano por dezoito anos, mas retirou-se da maior parte do país em 24 de maio de 2000. A retirada expôs as condições na notória Prisão de Khiam, administrada pelo chamado Exército do Sul do Líbano, milícia local com apoio israelense que supervisionou detenção, tortura e assassinato de milhares de cidadãos libaneses dentro da penitenciária, destruída desde então.

Entretanto, as repercussões dos abusos ainda são presentes: recentemente, em março, autoridades libanesas ainda buscavam alguns dos funcionários da prisão.

Amer Fakhoury, cidadão líbano-americano conhecido como “Açougueiro de Khiam”, acusado de torturar e assassinar presos a serviço do Exército do Sul do Líbano, enfrentou julgamento ainda este ano. Fakhory foi inocentado pois seus crimes prescreveram, após dez anos do ato.

Apesar de mandado judicial proibí-lo de viajar ao exterior por um período de dois meses, Fakhoury foi retirado do país pela Embaixada dos Estados Unidos em Beirute.

Tensões entre Estados Unidos e Líbano escalaram dramaticamente durante os seis meses de detenção de Fakhoury, junto de uma série de incidentes na chamada Linha Azul.

Em 15 de abril, soldados da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) intervieram em confronto entre forças libanesas e israelenses, após alegações de que tropas romperam os limites da Linha Azul. Em 19 de maio, forças israelenses balearam um pastor por supostamente atravessar a fronteira demarcada pela ONU.

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