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Sanções forçaram o Irã a reduzir forças na Síria, alega enviado dos Estados Unidos

James Jeffrey, representante especial dos Estados Unidos para a Síria, responde a questões no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, em Washington DC, 22 de maio de 2019 [Yasin Öztürk/Agência Anadolu]

O Irã está retirando parte de suas tropas e milícias da Síria como resultado das sanções americanas e internacionais, alegou hoje (13) James Jeffrey, enviado dos Estados Unidos à Síria, em defesa de suposta eficácia das sanções econômicas.

Durante painel online promovido pelo Instituto Hudson, think tank com sede em Washington, o representante especial para a Coalizão Global de Combate ao Daesh (Estado Islâmico) declarou: “Vimos os iranianos removendo algumas de suas atividades periféricas na Síria devido, francamente, a problemas financeiros… em termos de grande êxito das sanções do governo Trump contra o Irã. Representa, portanto, um efeito real na Síria.”

Anteriormente, informações da imprensa israelense relataram que o Irã de fato está reduzindo sua presença militar na Síria, em particular após sucessivos ataques aéreos de Israel conduzidos contra alvos ligados ao Irã no país.

Jeffrey também citou outros fatos que possam ter contribuído para o recuo iraniano, incluindo a pandemia de coronavírus que assolou o mundo e particularmente o Irã, nos últimos meses. Para o diplomata, entretanto, a causa mais provável é a campanha de “máxima pressão” promovida pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, por meio de diversas sanções econômicas impostas à república islâmica.

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O representante americano ainda considerou o fato de que os combates atenuaram-se na Síria após um acordo de cessar-fogo ser estabelecido entre Turquia e Rússia, em março, a fim de suspender a ofensiva militar do regime sírio sobre a província de Idlib. Como resultado, milícias xiitas ligadas ao Irã e tropas iranianas tornaram-se menos necessárias na região.

“Vemos alguma retirada das forças comandadas pelo Irã. Parte disso é tático, pois não há luta no momento, mas também é falta de dinheiro”, reiterou Jeffrey.

As devastadoras sanções impostas ao Irã deverão avançar ainda mais pelo chamado Ato Caesar, que pretende sancionar governos e empresas que apoiem ou concedam assistência ao regime sírio do Presidente Bashar al-Assad no decorrer da guerra civil. Essas novas penalidades econômicas devem entrar em vigor a partir de 17 de junho, com o objetivo de dissuadir aliados de Assad – como Irã – de manter apoio.

As sanções são alvo frequente de controvérsias diante das tensões entre Irã e Estados Unidos. Muitos críticos consideram-nas ferramenta política que impacta negativamente o povo, ao invés do governo, à medida que dificulta, por exemplo, o combate ao coronavírus.

Contudo, o fato de forças iranianas e milícias por procuração terem se retirado à força, parece provar que tais ações implicam em efeito substancial na obstrução de campanhas militares. Na última semana, o impacto dessas sanções foi admitido pelo Presidente do Irã Hassan Rouhani, que anunciou que o país enfrenta hoje diversos problemas e desafios como resultado.

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