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Arábia Saudita pretende tomar medidas ‘rígidas e dolorosas’ diante do impacto do covid-19

A mensagem “fique em casa” é exibida em uma das grandes torres de Jeddah, cidade do litoral saudita, com as ruas vazias devido à pandemia de coronavírus, em 21 de abril de 2020 [Bandar Aldandani/AFP/Getty Images]

A Arábia Saudita deverá tomar medidas ‘rígidas e dolorosas’ para lidar com o impacto econômico da pandemia de coronavírus, afirmou o Ministro das Finanças Mohammed al-Jadaan neste sábado (2), segundo informações da agência Reuters.

“Devemos reduzir os gastos orçamentários severamente”, destacou Jadaan em entrevista à rede Al Arabiya TV. Segundo ele, o impacto do novo coronavírus sobre a economia saudita deverá tornar-se evidente neste segundo trimestre do ano.

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“As finanças sauditas precisam de maior disciplina e há um longo caminho pela frente”, declarou Jadaan. “Todas as opções para lidar com a crise estão em aberto.”

Umas das medidas em potencial seria desacelerar investimentos do governo sobre projetos estatais, incluindo megaprojetos, a fim de reduzir gastos.

A Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, sofre atualmente com baixíssimos preços do produto, diante de uma crise histórica. Medidas para combater a pandemia de coronavírus ainda devem reduzir drasticamente o ritmo e a escala das reformas econômicas propostas pelo príncipe herdeiro e governante de fato Mohammed bin Salman.

Em março, as reservas estrangeiras do Banco Central da Arábia Saudita caíram em seu ritmo mais acelerado nos últimos vinte anos e atingiram seu menor nível desde 2011, resultando em déficit orçamentário de US$9 bilhões apenas no primeiro trimestre, diante da grave queda da receita de petróleo.

Em abril, Jadaan afirmou que o governo saudita em Riad poderia pedir empréstimos no valor de US$26 bilhões em 2020, além de sacar até US$32 bilhões de suas reservas estrangeiras para cobrir o déficit público.

Na entrevista em questão, Jadaan relatou ainda que o país utilizou parte de seus recursos originários de investimentos privados para tentar reduzir o déficit, ao alegar que a crise pode apresentar oportunidades para novos investimentos.

Jadaan observou que a Arábia Saudita introduziu medidas de estímulo econômico no país, com o objetivo de preservar empregos no setor privado e garantir o fornecimento de serviços essenciais.

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