Forças alinhadas ao Governo de União Nacional da Líbia, reconhecido internacionalmente, anunciaram algum progresso conquistado neste sábado (18), na cidade de Tarhouna, base essencial para o adversário Khalifa Haftar, segundo informações da agência Reuters.
Os avanços ocorrem poucos dias após forças leais ao governo em Trípoli obrigarem aliados de Haftar a recuar de posições estabelecidas na costa ocidental da capital líbia, o que representou um possível ponto de inflexão nas ofensivas do chamado Exército Nacional da Líbia, comandando por Haftar, após um ano de ataques contínuos.
Tarhouna, cerca de 65 km a sudeste da capital, passou a representar um elemento estratégico crucial às forças de Haftar, ao fornecer mão-de-obra local para a campanha militar, amparada pesadamente por suporte aéreo dos Emirados Árabes Unidos, além de mercenários russos.
Até então, tentativas de retomar Tarhouna pelo Governo de União Nacional fracassaram. Forças leais ao governo também dependem de suporte militar, em particular drones fornecidos pela Turquia, que intensificou seu envolvimento no conflito desde o início deste ano.
Uma testemunha de Tarhouna relatou que residentes locais ouviram estrondos ruidosos desde o início da manhã de sábado (18), seguidos por confrontos intensos na periferia da cidade, que continuaram por seis horas.
Oficiais do Exército Nacional da Líbia afirmaram à Reuters que as forças do governo em Trípoli não conseguiram entrar na cidade e que a ofensiva – a primeira desde o início da campanha de Haftar sobre a capital, em abril de 2019 – foi repelida. Também alegaram ter abatido um drone.
As forças de Haftar controlam a parte leste e sul da Líbia e estão posicionadas em torno dos subúrbios de Trípoli por um ano. A capital vivenciou pesados bombardeios nos dias recentes. Neste sábado, resultaram em ao menos dez civis feridos, segundo médicos locais.
O Governo de União Nacional também tenta capturar a base aérea de al-Watiya, cerca de 125 km a sudoeste da capital, outro ponto estratégico para Haftar.
A Líbia enfrenta dificuldades para preparar-se devidamente para a propagação do novo coronavírus no país, diante dos confrontos. Na sexta-feira (17), o Governo de União Nacional impôs toque de recolher de 24 horas nas áreas ocidentais, sob sua autoridade, por dez dias.
Até então, foram confirmados 49 casos no país norte-africano, incluindo uma morte.
Desde 2011, quando um levante popular apoiado pela OTAN depôs o longevo ditador Muammar Gaddafi, a Líbia recaiu no caos. Desde 2014, dois centros de poder emergiram na Líbia: o governo sediado em Trípoli e as forças de Haftar, no leste do país.
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