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Arábia Saudita retoma conversas com houthis do Iêmen; trégua ainda é incerta

Rei da Arábia Saudita Salman Bin Abdulaziz Al-Saud (à direita) recebe o presidente deposto do Iêmen Abdrabbuh Mansur Hadi durante cúpula de emergência da Liga Árabe em Meca, Arábia Saudita, 31 de maio de 2019 [Bandar Algaloud/Conselho do Reino Saudita/Agência Anadolu]

A Arábia Saudita retomou as negociações indiretas em curso com líderes do movimento houthi no Iêmen, a fim de materializar um cessar-fogo ainda incerto, relataram fontes próximas à questão à agência Reuters.

A Organização das Nações Unidas (ONU) pressiona pela desescalada dos conflitos, para que o país se prepare para o surto de coronavírus.

Os houthis – alinhados ao Irã – ainda têm de aceitar a trégua em escala nacional motivada pela pandemia e anunciada pela coalizão saudita na última semana. Entretanto, a violência continua em diversos frontes.

O cessar-fogo deveria entrar em vigor na última quinta-feira (9), um dia antes do Iêmen registrar seu primeiro caso de coronavírus.

LEIA: OMS prepara 37 hospitais para lidar com coronavírus no Iêmen

Organizações humanitárias alertaram que o surto da doença pode ser catastrófico ao Iêmen, devido à devastação da infraestrutura nacional, em particular ao sistema de saúde, além da fome generalizada e de outras doenças, após cinco anos de guerra que resultou em mais de 100.000 mortos.

Oficiais sauditas e houthis entraram em contato no fim de semana. Neste contexto, o governo em Riad empenha-se para chegar a um consenso sobre uma trégua efetiva, segundo informações concedidas à agência Reuters por duas fontes próximas às negociações.

“A Arábia Saudita está bastante comprometida com o fim da guerra, mas dependerá de quão longe podem chegar para apaziguar os houthis e construir alguma confiança”, afirmou uma das fontes.

Segundo fontes locais, o novo esforço referente à trégua ocorreu logo após a coalizão liderada pela Arábia Saudita conduzir ataques aéreos contra aldeias e cidades controladas pelos houthis, a despeito do cessar-fogo, a fim de interromper avanços rebeldes em al-Jawf (norte), em direção à cidade de Marib, último reduto do governo exilado de Abdrabbuh Mansur Hadi, apoiado pelos sauditas, na porção central do Iêmen.

O porta-voz da coalizão e o gabinete de imprensa do governo saudita não responderam a pedidos da Reuters para comentar a questão.

A violência pode prejudicar os esforços da ONU em realizar conversas virtuais para chegar a um mecanismo capaz de garantir a trégua permanente, como parte de ações coordenadas internacionalmente para combater a pandemia de coronavírus e construir confiança entre as partes em conflito, a fim de restabelecer negociações de paz.

LEIA: Coalizão saudita anuncia cessar-fogo após cinco anos de guerra no Iêmen

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