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Irã acusa Estados Unidos de ‘crime contra humanidade’ por obstruir recursos contra o covid-19

Fundo Monetário Internacional [foto de arquivo]

Os Estados Unidos estão intensificando sua pressão ao Irã a despeito da crise global causada pela pandemia de coronavírus, a qual resultou em quase 84.000 mortes e infectou 1.5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Em tentativa aparente de levar a República Islâmica à beira do colapso, o governo americano do Presidente Donald Trump planeja obstruir um pedido de empréstimo do Irã no valor de US$5 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com objetivo de combater a crise do coronavírus.

O Irã, país mais atingido pela doença no Oriente Médio, entrou oficialmente com pedido de empréstimo emergencial em março último.

O FMI pareceu inclinado a deferir assistência. Segundo relatos, Kristalina Georgieva, diretora administrativa da agência financeira com sede em Washington, afirmou que os países afetados pelo covid-19 de fato receberiam apoio via Instrumento Financeiro Rápido (RFI).

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As chances de Teerã de receber o financiamento emergencial de US$5 bilhões encontraram, no entanto, um grave obstáculo. Oficiais de alto escalão da administração de Donald Trump questionaram a necessidade do Irã de obter esse valor e sugeriram que o país islâmico ainda possui bilhões de dólares em reservas à disposição.

A resistência americana a conceder recursos emergenciais ao Irã foi denunciada publicamente no domingo (5), em declaração emitida pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano, que acusou Washington de obstruir tais recursos emergenciais concedidos pelo FMI.

“A sanção de itens de saúde é um ato ilegal e desumano, símbolo da hostilidade aberta de Trump contra o povo iraniano. A oposição dos EUA a conceder itens requisitados do FMI ao Irã, necessários ao combate contra o coronavírus, representa um verdadeiro caso de crime contra a humanidade”, afirmou Ali Shamkhani, secretário do alto conselho iraniano.

Apesar dos alertas sobre as graves consequências humanitárias decorrentes do bloqueio, os Estados Unidos mantêm relutância quanto à atenuação de suas sanções e preservam sua política de “pressão máxima” em relação ao Irã, a qual restringiu em parte a habilidade de Teerã de reagir efetivamente à doença.

A União Europeia discorda de Washington neste tópico e concordou em fornecer auxílio humanitário no valor de €20 milhões (US$27.8 milhões) ao país islâmico.

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