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Grécia impõe quarentena a segundo campo de refugiados após confirmar caso de covid-19

Requerentes de asilo provenientes de Istambul e outras cidades turcas aguardam na zona neutra localizada entre os portões de Kastanis e Pazarkule, na esperança de que a Grécia permita sua entrada na Europa, em Erdine, noroeste da Turquia, 14 de março de 2020 [Gökhan Balci/Agência Anadolu]

A Grécia impôs quarentena a uma segunda instalação de imigrantes em seu território continental, após um homem de 53 anos testar positivo para o novo coronavírus, declarou neste domingo (5) o Ministério de Imigração do país. As informações são da agência Reuters.

O imigrante afegão vivia com sua família no campo de Malakasa, junto de centenas de refugiados em busca de asilo. Após o diagnóstico, foi transferido para um hospital em Atenas.

Testes serão conduzidos nas pessoas que estiveram em contato com o paciente, à medida que a agência de saúde pública nacional tenta rastrear a rota do novo coronavírus.

Na quinta-feira (2), autoridades impuseram quarentena ao campo de Ritsona, na região central da Grécia, após vinte indivíduos testarem positivo para o coronavírus. Ritsona foi a primeira instalação do tipo na Grécia a ser atingida pela doença desde o início do surto.

Entre 2015 e 2016, a Grécia passou a representar o principal portão de entrada ao território da União Europeia para mais de um milhão de pessoas que fugiam de conflitos em curso. Mais de 110.000 pessoas vivem hoje nos campos de refugiados em todo o país – 40.000 destes indivíduos vivem em campos superlotados localizados em cinco ilhas distintas.

“O número [de imigrantes e refugiados] é muito alto; portanto, é consenso matemático que haverá casos confirmados”, declarou o Ministro de Imigração Notis Mitarachi à emissora local Skai TV. “Temos um plano de emergência em curso … Mas é mais difícil implementá-lo nas ilhas.”

Nenhum caso foi confirmado até então nos campos de refugiados localizados nas ilhas gregas.

O governo conservador deseja substituir todos os campos existentes nas ilhas por centros fechados de detenção, mas seus planos enfrentam resistência de autoridades e residentes locais que preferem o completo fechamento das instalações.

Grupos de apoio humanitário passaram a reivindicar que a Grécia evacue os campos, ao alertar que o risco de propagação rápida do vírus entre pessoas que vivem em condições precárias é bastante alto e que conter o surto diante desta conjuntura seria de fato “impossível”.

O campo em Malakasa – 40 km a nordeste de Atenas – permanecerá em quarentena por duas semanas, declarou o ministério, reiterando que as equipes de polícia encarregadas de vigiar o local serão reforçadas para garantir a implementação das restrições.

Uma instalação fechada independente passou a operar no último mês para imigrantes que chegaram no país após o dia 1° de março, relatou ainda o ministério.

A Grécia registrou seu primeiro caso do novo coronavírus no final de fevereiro. Desde então, são 1.673 casos confirmados e 68 mortes.

O país impôs então um isolamento em escala nacional e proibiu voos provenientes de países não-membros da União Europeia, além de Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha. As medidas atingiram também a economia grega, dependente do turismo para enfim recuperar-se, após uma década de crise fiscal.

LEIA: Médicos pedem aos líderes da Europa que não deixem refugiados como presas do coronavírus

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