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Míssil atinge Zona Verde de Bagdá, distrito fortificado na capital do Iraque

Entrada para a chamada Zona Verde de Bagdá, região fortificada na capital do Iraque, em 24 de novembro de 2018 [Ahmad Al-Rubaye/AFP/Getty Images]

Na manhã de quinta-feira (26) dois foguetes Katyusha atingiram a chamada Zona Verde de Bagdá, distrito fortificado no centro da capital iraquiana, onde localiza-se a Embaixada dos Estados Unidos, segundo declaração do gabinete de imprensa das forças de segurança do Iraque.

Uma fonte de segurança anunciou que os mísseis tinham como alvo a embaixada americana, mas que atingiram o solo a centenas de metros de distância, em um quarteirão vazio.

Nenhum grupo ou organização assumiu a responsabilidade pelos ataques. Washington, entretanto, sugeriu suspeitas sobre ação das Brigadas Hezbollah do Iraque, filiadas às Forças de Mobilização Popular, ligadas ao Irã.

Os ataques continuaram a despeito do anúncio dos Estados Unidos – responsável pelo maior número de tropas operantes em solo iraquiano – referente à retirada de soldados presentes em diversas bases do Iraque e transferências destes a outras localidades no país.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos decidiu reposicionar forças em onze bases militares dispersas em todo o território iraquiano. Cerca de 300 soldados da coalizão foram retirados da base militar iraquiana de Al-Qaim, no oeste do Iraque, fronteira com a Síria, e outras tropas devem ser retiradas das bases de Qayyarah e Kirkuk, no norte do país.

Alguns dos soldados e seus equipamentos de artilharia foram previamente reposicionados a postos da coalizão na Síria, em estado de guerra, enquanto outros foram enviados a bases no próprio Iraque e Kuwait.

O anúncio ocorreu logo após múltiplos ataques de foguetes contra bases militares iraquianas que hospedam soldados estrangeiros, além de atentados que tentaram atingir a Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá. Desde o fim de outubro de 2019, ao todo 26 ataques tiveram como alvo forças estrangeiras no Iraque.

Em 11 de março, uma invasão à base Taji, ao norte de Bagdá, resultou na morte de dois soldados americanos e uma oficial britânica.

Parece, no entanto, que o surto de coronavírus (covid-19) acelerou de fato a retirada e reposicionamento de tropas estrangeiras no país. O chefe do estado-maior do Exército da França anunciou nesta quarta-feira (25) que o governo em Paris decidiu retirar seus soldados do Iraque, onde participavam de operações de treinamento.

“Em coordenação com o governo do Iraque, a coalizão decidiu ajustar a presença de suas tropas no Iraque e suspender temporariamente as atividades de treinamento concedidas a forças de segurança iraquianas, em particular à luz da crise de saúde”, afirmou o oficial francês em declaração pública.

A declaração reiterou: “A França decidiu repatriar, até próximo aviso, seus soldados empregados no Iraque, como parte da Operação Chammal”. Esta operação compreendia aproximadamente duzentos soldados, alguns dos quais responsáveis por conceder treinamento a forças iraquianas enquanto outros foram integrados ao comando da coalizão em Bagdá.

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