Líbano deve estender o estado de ‘mobilização geral’ por 15 dias

O Conselho de Alta Defesa do Líbano recomendou hoje a extensão do estado de “mobilização geral” até 12 de abril, como parte de medidas nacionais para combater a propagação do coronavírus.

A recomendação foi feita durante uma reunião do Conselho de Alta Defesa, presidida pelo Presidente Michel Aoun e com a presença do Primeiro Ministro Hassan Diab.

Segundo a Agência Nacional de Notícias (NNA), as discussões se concentraram na resposta do país ao coronavírus e nos últimos desenvolvimentos da crise.

O gabinete deve se reunir hoje às 9h (horário de Brasília) para discutir a extensão do bloqueio nacional e medidas adicionais para conter a propagação do vírus.

O presidente do Parlamento, Nabih Berri e Diab, conversou na quarta-feira para discutir o repatriamento de cidadãos libaneses da Europa e da África durante a pandemia de coronavírus.

De acordo com Naharnet, Berri disse que “o governo deve garantir todos os requisitos de cuidados e proteção para expatriados libaneses, bem como residentes, em termos de tudo relacionado à sua saúde, segurança social e financeira, onde quer que estejam”.

Discussões sobre novas medidas para combater a propagação da doença acontecem quando o Ministério das Finanças do Líbano anunciou que pagou todas as suas dívidas aos 32 hospitais públicos e 121 privados do país, em comunicado divulgado hoje.

Vários hospitais em todo o país entraram em greve nos últimos meses para exigir que o governo pague suas dívidas.

O coronavírus está afetando o mundo inteiro, nos unirá? [Sabaaneh/ Monitor do Oriente Médio]

Funcionários do Hospital Universitário Rafik Hariri (RHUH) em Beirute – o principal centro de tratamento de coronavírus do país – declararam greve administrativa aberto em 12 de março, devido à deterioração das condições e à falta de pagamento.

O Daily Star informou que o governo pagou apenas 40% das dívidas que deve ao RHUH a partir de 2019 e não efetuou pagamentos em 2020.

O chefe do Sindicato dos Hospitais Privados Sleiman Haroun disse à Human Rights Watch que o governo devia aos hospitais do Líbano aproximadamente US$ 1,3 bilhão em contas não pagas desde 2011.

Um relatório da organização assinala que o sistema de saúde do Líbano, atingido por uma grave escassez de suprimentos médicos desde setembro, corre o risco de ser sobrecarregado pelo número crescente de casos de coronavírus.

Até o momento, o Líbano registrou 368 casos confirmados e seis mortes.

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