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Forças de Mobilização Popular do Iraque indicam novo vice-chefe e sucessor de Al-Muhandis

Forças de Mobilização Popular do Iraque indicam Abu Fadak Al-Mohammedawi como novo vice-comandante e sucessor de Abu Mahdi Al-Muhandis, executado ao lado de Qasem Soleimani, proeminente general iraniano, por ataque a drone conduzido pelos Estados Unidos em janeiro, em Bagdá, capital do Iraque [Twitter]

As Forças de Mobilização Popular do Iraque, conhecidas em âmbito local como Hashd Al-Shaabi, indicaram Abu Fadak Al-Mohammedawi como seu novo vice-comandante, após o assassinato de seu antecessor Abu Mahdi Al-Muhandis, executado ao lado do General Qasem Soleimani – comandante das forças al-Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã –, em ataque a drone dos Estados Unidos em janeiro último, na capital iraquiana Bagdá.

Embora pouco se saiba sobre Abu Fadak, conhecido como Khal ou “tio” entre seus companheiros, é notório que tenha sido membro ativo do Kataib Hezbollah, filiado ao grupo iraquiano desde 1997, ao qual serviu até recentemente como secretário-geral.

Relatos da emissora libanesa Al-Mayadeen indicam que Abu Fadak tomou um caminho semelhante a seu antecessor durante o período entre 2003 e 2011. O novo vice-comandante é descrito como um dos mais importantes líderes das Forças de Mobilização Popular, exercendo um papel proeminente na luta contra o Daesh (Estado Islâmico).

Um ataque de foguetes contra uma base utilizada por soldados americanos – responsável pela morte de um prestador de serviço –, em Kirkuk, foi uma das razões utilizadas para justificar os assassinatos de Soleimani e Al-Muhandis. Alegou-se, na ocasião, que o Kataib Hezbollah estava por trás do ataque.

Entretanto, nenhuma evidência foi tornada pública e oficiais iraquianos expressaram dúvidas sobre as acusações, em particular devido ao fato de que o grupo iraquiano não mantinha presença na região desde 2014. Sugeriu-se que o próprio Daesh fora então responsável.

As Forças de Mobilização Popular são uma organização composta por aproximadamente quarenta facções de contraterrorismo, constituída predominantemente por voluntários xiitas iraquianos, mas que também inclui sunitas, cristãos e curdos. Foi estabelecida por uma fatwa (pronunciamento islâmico) proferida pelo Aiatolá Sayyid Ali Sistani, em resposta às ameaças impostas pelo Daesh, que pretendia tomar a capital Bagdá e cidades importantes ao sul.

Em novembro de 2016, o parlamento iraquiano reconheceu as Forças de Mobilização popular como entidade oficial integrada às Forças Armadas do Iraque, que segue ordens do primeiro-ministro, comandante-em-chefe das operações.

As Forças de Mobilização Popular receberam apoio e treinamento da Guarda Revolucionária do Irã, fato reconhecido abertamente por Al-Muhandis em 2018, ao declarar: “Não vou me esquivar de mencionar o apoio da República Islâmica do Irã em termos de armas, conselhos e planejamentos”. Al-Muhandis ainda reiterou na ocasião que a coalizão americana contra o Daesh não forneceu armamentos às facções xiitas: “Portanto, o Hashd Al-Shaabi não hesitará em mencionar o apoio do Irã na guerra contra o terror.”

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