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Três carros-bomba executam atentado contra forças do regime sírio em Aleppo

Tropas sírias [foto de arquivo]

Neste sábado (1°), grupos rebeldes utilizaram três carros-bomba para executar um ataque contra forças do governo sírio na região oeste de Aleppo, em nova escalada dos confrontos no noroeste da Síria, após ganhos militares do regime do presidente Bashar al-Assad na última semana. As informações foram corroboradas por fontes militares e rebeldes sírias à agência Reuters.

Dois dos ataques foram executados por homens-bomba filiados ao grupo paramilitar Hayat Tahrir al-Sham (Organização pela Libertação do Levante), de orientação salafita, enquanto o terceiro ataque foi executado remotamente, conforme fontes da organização dissidente síria.

A rede de notícias Ebaa, ligada ao Tahrir al-Sham, publicou um vídeo no qual registrava combatentes de elite do grupo jurando “aliança à morte e à jihad” diante de seu líder, Abu Mohammad al-Jolani, supostamente pouco antes dos ataques nos subúrbios de Jamiyat al-Zahraa, a oeste de Aleppo.

Uma fonte interna do Hayat Tahrir al-Sham afirmou que o alvo dos ataques eram “milícias da ocupação iraniana”, em referência a grupos apoiados pelo Irã que lutam ao lado das forças de Assad.

A agência estatal de notícias síria SANA relatou que as tropas do exército destruíram outros quatro carros-bomba antes de atingirem seus alvos. Forças do exército sírio atiraram foguetes e investiram com artilharia contra grupos militantes no fronte de Jamiyat al-Zahraa, conforme os relatos oficiais. Militantes também dispararam foguetes contra distritos residenciais de Aleppo.

Os dois lados concederam relatos conflitantes sobre os resultados dos ataques.

Um rede de notícias gerenciada pelo Hezbollah do Líbano, que combate em apoio a Assad, afirmou que o exército sírio interrompeu um “ataque feroz” executado pela Frente al-Nusra – como era conhecido o grupo liderado por Jolani antes de romper relações com a al Qaeda, em 2016.

Na última semana, relatos sugeriram que quarenta soldados do regime sírio foram mortos em uma ofensiva conduzida por grupos de oposição na província de Idlib.

Desde abril de 2019, o regime lidera uma campanha de bombardeio aéreo constante sobre Idlib, com apoio russo, a fim de recapturar o último posto controlado pela oposição no país, após nove anos de guerra civil. Esta campanha se mantém a despeito de um acordo estabelecido por Turquia e Rússia em setembro de 2018, que tornou Idlib zona de desescalada, na qual civis supostamente poderiam viver em segurança.

Ainda na última semana, o regime sírio reportou ter capturado dezenas de cidades e aldeias em menos de 48 horas, também em Idlib, noroeste no país. Caso verdade, trata-se do mais rápido avanço na campanha de Assad para reconquistar o último posto da oposição síria.

Estima-se que 700.000 pessoas foram deslocadas pela ofensiva do regime síria. A Turquia teme que uma nova onda de imigrantes entre em seu território e reafirma que mais de 3.6 milhões de refugiados sírios já estão no país. Na sexta-feira, autoridades turcas reiteraram que não tolerarão novas ameaças perto de sua fronteira e que agiriam militarmente, caso necessário.

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