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Reino Unido reconhece que Israel impõe aos palestinos ‘pouca opção senão construir sem licença’

Soldados israelenses demolem um edifício de dois andares no território ocupado de Jerusalém Oriental, em 22 de julho de 2019 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O governo do Reino Unido reconheceu que o sistema de planejamento de Israel nos territórios palestinos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental deixam “os palestinos com pouca opção senão construir sem licença”.

Lord Ahmad de Wimbledon – Ministro de Estado para a Comunidade das Nações, Nações Unidas e Sul da Ásia – respondeu ontem (27), em declaração oficial, a uma questão relacionada ao ponto de vista do atual governo sobre a recente decisão israelense de “permitir que cidadãos de Israel registrem títulos de terra na Área C da Cisjordânia”.

O representante do governo retorquiu: “Estamos bastante preocupados com a garantia de mais direitos e privilégios aos israelenses que vivem nos Territórios Palestinos Ocupados.”

A declaração prosseguiu ao afirmar: “Reconhecemos que os palestinos enfrentam dificuldades severas em conseguir autorizações para construir suas casas e instalações de infraestrutura em Jerusalém Oriental e na Área C … Na prática, tais obstáculos deixam os palestinos com pouca opção senão construir sem licença e, portanto, submeter suas casas ao risco de demolição pela falta de alvará.”

O governo britânico fez um apelo para que Israel “desenvolva mecanismos melhorados para mensurar os limites, planejar e permitir construções na Área C, em benefício da população palestina, incluindo ao facilitar a participação dos palestinos em tais processos.”

Em outra declaração, publicada ontem (27), em resposta a uma pergunta sobre a demolição de estruturas palestinas pela ocupação israelense no decorrer de 2019, o Lorde Ahmad ainda destacou que o Reino Unido está “gravemente preocupado com a demolição contínua de propriedades palestinas pelas autoridades israelenses”.

“Demolições e despejo de palestinos de suas próprias casas causam sofrimento desnecessário a cidadãos comuns; levantam dúvidas sobre o compromisso de Israel com uma solução viável de dois estados; e, salvo casos excepcionais, contrariam a Lei Humanitária Internacional”, reiterou em declaração.

“O Reino Unido e seus parceiros internacionais continuarão a reivindicar bilateralmente e em fóruns internacionais que Israel abandone por completo seus planos de demolição e forneça em seu lugar uma rota transparente para que os palestinos possam construir na Área C”, concluiu o escritório diplomático em nome do governo do Reino Unido.

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