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“De que lado você está?”, pergunta Madre de Mayo a presidente argentino

Presidente da Argentina, Alberto Fernández [Prensa Latina]

Nesta quinta-feira, uma carta de Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio, com o título forte de “Falemos claramente!” foi enviada ao presidente Alberto Fernández, cobrando que ele decida se reconhece ou não a existência de presos políticos na Argentina.

A mensagem foi motivada por declarações do mandatário de que não existem prisões políticas no país e sim detenções arbitrárias, chegando a pedir que não se fale mais em “presos políticos”. Com isso, Fernández afrontou organizações de direitos humanos e ativistas que impulsionam campanhas por libertação de Milagro Sala, Julio De Vido e do ex-vice presidente Amado Boudou.

São presos políticos – declarou também o senador da mesma frente partidária de Fernández, Oscar Parrili.

A carta de Bonafini pede que o presidente decida “de que lado está, se do Poder Judiciário corrupto ou dos presos políticos.

E o genocídio na Palestina?

Alberto Fernándes também surpreendeu os argentinos ao anunciar que sua primeira visita oficial, como presidente, para fora do país, terá como destino Israel, a convite de Benjamin Netanyahu. Ele participará as celebrações dos 75 anos da libertação de Auschiwts, no “Fórum internacional de líderes en conmemoracão ao dia internacional de lembrança do Holocausto e da luta contra o antissemitismo”.

As relações entre os dois países não começaram bem no início do novo governo argentino. Israel sequer enviou representante para a posse de Fernandez e manteve pressão até que suas demandas fossem atendidas, especialmente a manutenção do nome do Hezbolah em uma lista de organizações consideradas terroristas pelo país.

Em meio a ginásticas para tirar o país da crise, dependendo de acertos com os Estados Unidos de Trump, o FMI e também o Brasil de Jair Bolsonaro, parceiros de Israel, e com acordos já firmados com Netanyahu durante o governo Macri para vigilância na Tríplice Fronteira, Alberto Fernandez decidiu aceitar o convite para a viagem inaugural de sua política externa. Mas não foi poupado de críticas pela escolha frente a escalada da violência das forças de ocupação israelense na Palestina.

A um post divulgando notícia sobre a ida do presidente a Israel, para “participar de um fórum em celebração ao Holocausto”, o jornalista argentino Santiago Cúneo, respondeu, com outro post no twitter, com a pergunta: “E no Fórum contra o Genocídio da Palestina, ele também irá ?”

Para Cúneo, Fernandez irá ao lado do Muro que divide os povos.

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Palestina: quatro mil anos de história
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