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Analistas israelenses alertam para relações ‘cada vez mais frias’ com a Jordânia

Jordanianos protestam contra acordo de abastecimento de gás entre Jordânia e Israel, em 21 de outubro de 2016 [Apaimages]

Analistas israelenses alertaram para o arrefecimento das relações entre Israel e Jordânia, destacando o fato de que não há qualquer evento oficial agendado para celebrar o 25° aniversário do tratado de paz entre os dois países, assinado em outubro de 1994.

Segundo o jornal israelense Haaretz, “entre as questões que dividem os dois países estão a decisão jordaniana de não renovar a concessão dos territórios de Naharayim e Tzofar, após 25 anos, e a promessa recente do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu de anexar o Vale do Jordão, caso reeleito.”

Nesta quarta-feira (25), o Instituto Nacional de Estudos de Segurança realizou um evento para marcar o aniversário do tratado, com a participação de oficiais do Ministério de Relações Internacionais, mas sem representações significativas do governo israelense ou da embaixada jordaniana.

O Haaretz observou que “o espírito da conferência era pessimista, bastante concentrada nas barreiras que se ergueram desde a assinatura do acordo.” Materiais oficiais para a conferência em questão descreviam as relações entre Jordânia e Israel como “uma paz fria, na qual benefícios mútuos de cooperação e diversos interesses comuns entre os estados não são totalmente acessíveis aos públicos israelense e jordaniano.”

Além disso, a conferência também sediou um “painel secreto”, cujos membros incluíam dois ex-generais jordanianos “que pediram para não serem identificados e para que suas citações não fossem registradas ou difundidas”.

“O fato dos jordanianos temerem vir a Israel abertamente resume bem o estado da relação diplomática, 25 anos após ser estabelecida,” reiterou a reportagem.

A conferência identificou diversas “fontes de atrito”, incluindo a ocupação em curso dos territórios palestinos e os conflitos sobre o complexo da Mesquita de Al-Aqsa.

O Haaretz enfatizou um incidente de 2017, no qual “um guarda israelense na embaixada em Amã matou a tiros dois jordanianos”. O guarda alegou ter atirado após ser atacado com uma chave de fenda; no entanto, “o jornal jordaniano Al Ghad relatou que Israel pagou aproximadamente US$ 5 milhões às duas famílias.”

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